Novos Bimbos Urbanos
São urbanos. Andam pelos 30 e os 45 anos. Têm cursos
superiores. São já tendencialmente dependentes dos smartphones e i-phones e das
Redes Sociais.
Vivendo num constante vazio, para se sentirem integrados nesta sociedade
que se quer global, aderem a modas fáceis, em busca de felicidade efémera que
se desfaz como o fumo.
São conhecidos como os NBU ou os Novos Bimbos Urbanos.
Não faça parte desse grupo.
10 modas parvas: Gin, Sushi, SWAG, Selfie
sticks, etc.
Vivemos num mundo de modas e de gostos influenciados
pelos media. Sempre assim foi, agora é ainda mais devido à velocidade e
visibilidade que a Internet veio dar a todas as novas tendências. Vamos lá
então falar das modas mais parvas que andam por aí.
Gin
Sim, aquele bebida que era a dos nossos pais e que era
servida com água tónica e, nos sítios mais finos, com uma rodela de limão. Essa
bebida que ninguém gostava e que era azeda, está na moda. Nas prateleiras dos
hipermercados, onde outrora havia apenas uma marca, a mais rasca, estão agora
uma enormidade de diferentes marcas e estilos. A moda do Gin apareceu do nada,
mas planeada, e encostou as caipirinhas e os mojitos a um canto. Sim, é bom, eu
bebo e já dei uma vez 14€ por um gin. Sou estúpido. Um palerma, mesmo. Não há
bebida que valha esse dinheiro a não ser pelo marketing, branding e impinging
que nos fazem. Fazer um gin não é arte, meus amigos. É misturar cenas lá para
dentro e logo se vê. "Ai, o copo tem que estar gelado, tem que se
passar as folhinhas de menta nas bordas para aromatizar, meter a tónica numa
colher em espiral para não quebrar as bolhinhas frágeis da menina.".
Menos, se faz favor. Não estou para estar cinco minutos à espera de um gin,
para no fim saber igual aos outros todos, especialmente se for o quinto da
noite. Tomem juízo. Assim ainda me fazem perder o engate. O gin conseguiu
vencer a barreira da mariquice que muitos homens não se sentem confortáveis em
ultrapassar. Antigamente, qualquer bebida doce com fruta lá dentro era para
gaja ou designers de interiores. Hoje, uma bebida com bagas e folhinhas é de
homem.
Kizomba
A Kizomba sempre esteve na moda onde eu vivo, Buraca.
Sempre ouvi Kizomba, à força, nas festas das escola e atráves dos carros que
passam na minha rua ao som da sua batida característica. Não tenho nada contra,
confesso que não é o meu estilo de música, mas até sou capaz de não trocar de
estação e até, na loucura, de ouvir com gosto num carro cheio de amigos a
caminho da praia. Mas há limites, caraças! A rubrica da RFM "10
músicas seguidas sem parar", deveria chamar-se "5 músicas seguidas
intercaladas por 5 Kizombas". Não há paciência, especialmente, porque a
Kizomba que nos chega é, na sua maioria, má. É a comercial, que de africana tem
muito pouco e é feita só para vender. É engraçado é que não se pode dizer mal
da Kizomba sem se ser acusado de racismo. Eu também digo mal do Pimba e isso
não faz de mim xenófobo contra os portugueses. Não gosto, acho que as pessoas
papam porque dá na rádio e porque não têm paciência para letras que as façam
pensar. Não tenho problemas que um Anselmo Ralph encha um MEO Arena, só tenho é
pena que não haja tanto público a querer ouvir um Jorge Palma ou um Sérgio
Godinho. Se calhar têm que se adaptar e fazer novas versões: Jorge Palma ao
piano, com batida Kizomba por trás, a cantar "Agora não mete mais a mão no
queixo...". Ou o Sr. Godinho a cantar "Bo tem um brilhozinho nos olhos...".
Selfie Sticks
Os famosos paus de selfie. Pau de selfie faz lembrar uma
espécie de condimento para comida ou um brinquedo sexual para auxiliar a
masturbação, mas não! É aquele cabo para as pessoas tirarem fotos a elas
próprias. No meu tempo, pedia-se a alguém que fosse a passar para tirar uma
fotografia e dizia-se "Carregue aqui neste botão". Aquele botão igual
em todas as máquinas, mas que nós sentimos sempre necessidade de dizer, não vá
a pessoa carregar no flash ou no botão que ejecta a bateria. Devo dizer que reconheço
a utilidade dos paus de selfie, acho que até criam um efeito giro e são
práticos de utilizar em várias situações. Isso não quer dizer que não sejam
ridículos. São. Andar com o telemóvel preso na ponta de uma moleta é só
estúpido. Mas o pior não é isso, o pior é que as pessoas andam muito obcecadas
com elas próprias. Eu, quando vou a algum lado, estou mais interessado em tirar
fotografias às paisagens, aos monumentos, às pessoas na rua e a momentos
únicos, do que a mim. Parecem a Cristina Ferreira que tem que aparecer sempre
na capa da sua revista. Se querem tirar uma foto do pôr do sol em Belém, para
que é que a vão estragar com o vosso focinho?
Sushi
Não gosto. Sim, já experimentei mais que uma vez. Sim, já
experimentei diferentes restaurantes. Sim, já me disseram que é uma questão de
hábito. Não gosto e não quero experimentar mais, pode ser? Há sempre um amigo
que nos tenta convencer que sushi é a melhor comida do mundo! Que nós só não
gostamos porque ainda não experimentámos com os planetas alinhados e vestidos
todos de ganga. Metam na cabeça que há pessoas que não gostam de peixe cru! Não
devia ser assim algo tão estranho, o estranho é gostar. Antes, a norma era não
se gostar, mas agora anda tudo maluquinho com o sushi. É uma falta de respeito
para com os nossos antepassados que inventaram o fogo. Não percebo como é que
se insiste em comer algo que não se gosta. Se não estivesse na moda, ninguém
experimentava dez vezes até gostar. Experimentavam uma, ou duas, como eu, e
pronto, não gostam, nunca mais lá vão. Mas, como é fixe comer sushi e dá boas
fotos para o Instagram, o pessoal obriga-se a comer até gostar. Dêem lá 50€ por
um sushi que eu, com isso, janto a semana toda no Zé Manel, na minha praceta,
onde gostei logo à primeira.
Fast-food
gourmet
Se a moda do gourmet já é parva que chegue, como já
aqui escrevi, então
o Fast food gourmet é o pináculo do disparate. No fundo, adicionar a palavra
gourmet, não é mais do que dizer que é um hambúrguer na mesma, só que no prato
e mais caro. Ele é cachorros gourmet, francesinhas gourmet, alheira com ovo
gourmet, é tudo gourmet! Um bitoque é um bitoque e nunca pode ser gourmet! O
mesmo com tantas outras comidas que são boas porque não são sofisticadas. Tasca
gourmet? Não faz sentido, são conceitos que não ligam. Aliás, a palavra
gourmet está tão na moda que eu aposto que já alguma rapariga disse a um
namorado o seguinte: "Oh amor, não é nada pequeno, é gourmet. Se fosses
Adão até podias tapar isso só com uma folhinha de rúcula.".
Fotografar
comida
O gourmet e o sushi deram origem a outro flagelo, o de
fotografar a comida. O Instagram e o Facebook foram invadidos por fotografias
daquele prato decorado na perfeição. Tenho a certeza que esta moda levou a que
muitos restaurantes dessem mais importância à aparência do prato do que ao seu
sabor. As pessoas, por seu lado, passaram a dar mais importância ao filtro que
aplicam na foto do que ao tempero. Esta comida está insonsa mas eu compenso com
um Nashville. Está uma pessoa a tentar fazer dieta e tem o mural que parece um
catálogo de receitas para gordos que querem manter as curvas. As únicas pessoas
que deviam tirar fotos à comida são as crianças subnutridas de África, porque
seria uma recordação de algo que elas não sabem quando, e se, vão voltar a ver.
Twerking
Abanar o rabo de forma sexual e com os calções mais
curtos do mercado, dois números abaixo, com a desculpa que é uma dança. Por
mim, venham mais modas destas! O twerk está para os homens, como abanar o saco
dos biscoitos está para os cães salivarem. A moda ainda não está muito
disseminada por Portugal, que já se sabe que as portuguesas são todas meninas
de respeito. Por isso e porque, talvez, não tenham jeito para abanar o pacote,
já que o nosso sangue latino anda muito arrefecido pela austeridade. Quando é
bem feito, o twerk e as meninas que o fazem, é sem dúvida hipnotizante. Nós,
homens, conseguimos estar horas a ver um rabo jeitoso a rebolar-se todo. É genético
e diz que faz bem à circulação. No entanto, é uma moda parva, especialmente
quando é feito em nome da não objectificação do corpo da mulher. Ridículo, mas
continuem a fazê-lo, se faz favor.
SWAG
O SWAG é o que a malta jovem chama ao estilo. Implica ter
bonés com autocolantes de origem, camisolas de alças, calções curtos a mostrar
a esquina do cu, óculos escuros e fumar para a foto. Cores berrantes, gorros
com pompons no pico do Verão e leggins com padrões à Joana Vasconcelos. O que
mais me irrita no SWAG é quem adere a esse estilo dizer que tem SWAG. É a
palavra em si que me irrita. O estilo, em si, não me faz grande confusão,
sempre houve modas parvas e cada um veste o que quer, mesmo que pareça que foi
vestido por um estilista autista e daltónico. É lá com eles. Metam a calça no
fundo do cu a mostrar os boxers e vistam roupa artística à vontade. Vocês
vestem o que quiserem e eu digo o que me apetecer. Digo, por exemplo, que esse
cenário que vocês pensam que bate bué, é pausa que vos faz parecer pintassilgos
vestidos de palhaços.
Running
Toda a gente corre, mas já ninguém diz que corre. É muito
mais fino dizer "Hoje não vou poder ir ao teu jantar, porque tenho
que ir fazer running". Aliás, aqui na Buraca, efectuam-se manobras de
fuga em running! Muito mais fino que dizer que se fugiu a correr dos bandidos.
"Ontem fiz mais cinco quilómetros em 53 minutos", partilha-se amiúde
no Facebook. Mas quem é que quer saber? O que é que a mim me interessa qual a
distância que vocês percorreram a pé, enquanto eu estava sentado ao computador
a comer donuts?! Correram? Efectuaram um running gostoso? Epá, que bom para
vocês! Levaram o iPhone no braço e foram vestidos com roupa de marca que vos
custou cem euros? Epá, bom para vocês! Não, não me interessa a marca dos vossos
ténis. Eu não vos chateio com os meus feitos, pois não? Aliás, no outro dia
também fiz 6km. De carro. Para ir buscar três pizzas. Não me viram a
vangloriar-me disso, pois não?
Sumos detox
Nunca experimentei nenhum, mas até sou gajo
para o fazer um dia destes. Um sumo detox no fundo é uma sopa fria. Uma espécie
de gaspacho mas com "super-alimentos", que são também eles, por si
só, uma moda parva. As mulheres acham que beber sumo detox as vai fazer expelir
pelo ânus toda a porcaria que comem durante o dia. "Bem, vou comer
dois Big Macs, que mais logo bebo um sumo com chia, brócolos e sementes de
girassol tresmalhado do Zimbabwe, mando isto tudo cá para fora". Os
homens bebem às escondidas, tendo medo de ser rotulados como quem tem um
piquinho a azedo, como tem a maioria desses sumos. Mais uma vez, nada contra,
bebem à vontade, até fazem bem à saúde. O que mais me irrita é o orgulho com
que gritam aos sete ventos que acabaram de beber um sumo.
Estágios
não remunerados
Para o fim, a moda mais parva de todas. A moda das
empresas que acham que ter trabalho de borla é bom. Aquelas empresas que
contratam estagiários e que já sabem que não vão ficar com eles. Que sabem que
eles vão dar o máximo e trazer ideias frescas para a empresa, mas que são
dispensáveis a partir do momento em que tenham que lhes dar ordenado.
"Procura-se colaborador, recém-licenciado, que saiba
falar cinco línguas, saiba fazer mortais encarpados à rectaguarda, saiba
cozinhar comida asiática e mediterrânica, tirar cafés, com conhecimentos
sólidos das ferramentas office e grande capacidade de sacrifício, de lidar com
o stress e que tenha um espírito de equipa fantástico, para se juntar à nossa,
já fantástica, equipa. Oportunidade imperdível para aprender e crescer
profissionalmente. Salário fixo de 0€. Não é negociável."
(O sushi é que está a mais. Sou fã!!)
Sinto-me envergonhada. Estou mesmo velha. A única coisa que ainda gosto é a kizomba que a RFM passa, nas 8 horas por dia aqui no escritório. Quanto ao sushi, paus de selfies etc eu não entrei nessas modas. Faço caminhadas e corro (não faço running), como comida cozinhada, grelhada, mas crua só mesmo saladas ou frutas, não faço nem tomo aqueles sumos detox que como bem disse pensam que será isso que as fará apagar as litradas de gin e fast food gourmet que engoliram durante o dia todo. Não sou nenhuma velha do restelo, mas acredito que as pessoas hoje só se preocupam em ter e aparecer do que ser e dar. Um abraço
ResponderEliminarAnónimo(a),
EliminarDestes sinais todos só há um que sou fã incondicional - sushi.
Adoro comida japonesa.
Sushi, sashimi, tempura, todas as semanas há oportunidade para comer comida japonesa.
O restante dispenso.
Um abraço
Um post com muito humor. Vamos lá ver. Estou velha para modas. E de todas as enumeradas, gosto de Kizombas. É algo que me recorda África, O resto nunca experimentei.
ResponderEliminarUm abraço
Só o sushi me atrai, Elvira Carvalho, só o sushi.
EliminarUm abraço
Fã de sushi, de gin...quero é que os outros se lixem, eles e a sua (deles) inveja, Pedro.
ResponderEliminarAquele abraço.
Sushi, oh yes!!!
EliminarJá o gin.....passo! :))
Aquele abraço
Pedro, vivemos na era da Pós-modernidade :)
ResponderEliminarEstou consigo, não dispenso o sushi. Adoro :)
Beijinho
A família Coimbra é toda ela fã de comida japonesa.
EliminarJá experimentou caril japonês, Miss Smile??
Uma delícia!!
Beijinho
Ok... vou ter de confessar aqui uma coisa: li as letras a vermelho e como não entendi cerca de metade nem tive coragem para ler mais nada que era para não me sentir tão desactualizada do mundo que me rodeia! (lol)
ResponderEliminarNunca fui em modas nem em fenómenos de massas (sou mais fã de arroz e batatas! hehehe) por isso tenho a certeza que não corro o risco que contrair essa "doença" dos NBU...
:D
Beijinhos provincianos
(^^)
A cozinha japonesa é deliciosa, Afrodite.
EliminarAdoro sushi!!
Beijinhos
Eu só voto no Gin! :))
ResponderEliminarxx
E eu no sushi, papoila.
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