A voz dos peritos


Shin Young-Soo é o director regional do Pacífico Ocidental da Organização Mundial de Saúde.
De passagem por Macau, para participar numa conferência sobre os 10 anos de Macau enquanto cidade saudável, afirmou ter ficado impressionado com o que encontrou.
Quem aqui vive, e tem que se confrontar com os inúmeros problemas na área (falta de profissionais de saúde, sobretudo qualificados, falta de camas nos hospitais, hospitais que estão prometidos há anos mas não aparecem) fica desconfiado ao ouvir um presumível perito afirmar publicamente o oposto do que vê, ouve, vivencia todos os dias.
No entanto, rapidamente percebe como é que se chega a esta conclusão.
Basta que os ditos peritos se fechem em salas de conferência, falem apenas com responsáveis pelo sector, olhem de forma acrítica para dados estatísticos (esperança de vida e mortalidade infantil) sem nunca confrontarem os dados recolhidos empiricamente com a opinião do cidadão comum, com o estudo no terreno do sistema que se propõem avaliar. 
O meu cepticismo acerca das conclusões de estudos presumivelmente científicos, e da opinião de hipotéticos peritos e especialistas de passagem pelo local que avaliam, cresce à medida que vou tomando conhecimento dos mesmos.
Não é simpatia, e conclusões simpáticas, o que se deve buscar quando se apresentam publicamente, e de forma algo precipitada, estas opiniões.
A verdade, ainda que dura, é que deve ser o objectivo.
Shin Young-Soo, na sua passagem por Macau, optou pela simpatia em detrimento da verdade. 
Foi pena.

Comentários

  1. Lá como por cá as políticas são de gabinete e cingem-se a números, estatísticas e outras coisas que não são a realidade dos eleitores.
    Enfim...Aqui o povo vota...aí não sei...

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    1. O que é curioso é ver estes especialistas de gabinete falar de cátedra acerca de situações que não estudaram, luis.

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  2. Nunca pensei que Macau estivesse nessa situação na área da Saúde...

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    1. Para o dinheiro que para aqui há, devíamos ter um sistema de saúde excepcional, Rosa dos Ventos.
      E não temos, nem nada que se pareça.

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  3. Eu começo a duvida, talvez injustamente, da isenção destes peritos e de Organizações como a OCDE!!

    Se não conhecem o país e as situações , melhor seria nem abrirem boca.

    Reportando-me ao mais recente Relatório da OCDE sobre Portugal , como é possível afirmar que existem docentes e polícias em excesso e quererem ainda mais crianças e adolescentes por sala?!

    Com a carga brutal de impostos existente e reconhecida até pelo bando do Poder e arredores como pode a União Europeia dizer que ainda temos margem para taxar?!

    Enfim...

    Tudo de bom.

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    1. Dar pareceres quando se está trancado em gabinetes a ler estatísticas e não se conhece a realidade tem estes resultados, São
      Cada vez lhes dou menos ouvidos e credibilidade
      Tudo de bom para si também

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  4. ~
    ~ ~ Muito lamentável.

    ~ ~ Faz lembrar as visitas de entidades no tempo da nossa ditadura: trabalhava-se exaustivamente a exterioridade, a todos os níveis, para dar a falsa ilusão de que tudo era um sucesso.
    ~ ~ O simpático médico colaborou com a decisão do que importa é a imagem, no entanto, creio que Macau será um exemplo, excluindo o Japão, Hong kong e talvez, Xangai.

    ~ ~ ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~ ~ ~

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    1. Macau tem uma esperança de vida que, se não é a mais elevada, é uma das mais elevadas.
      A par com uma taxa de mortadilidade infantil quase nula.
      Todos sabemos isso, não é preciso vir cá um perito dizer.
      Mas poderia ter ainda cuidados de saúde muito melhores, Majo
      Porque é um território pequeno e a nadar em dinheiro
      Beijinhos

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  5. Quase sempre é assim, Pedro, infelizmente.

    Aquele abraço.

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    1. Perícia desta eu também posso facultar, Ricardo.
      Bem mais em conta, até
      Aquele abraço

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  6. Olha que quando olhei para ele pensei: tem ar de simpático. Depois li o texto e zás!

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  7. Estes senhores que desempenham altos cargos mundiais, deveriam ver com os seus próprios olhos aquilo que afirmam. Também não sei muito bem como o podem fazer, já que ou se tornam invisíveis, ou os políticos locais montam a cena, para que eles só vejam o que a eles lhes interessa mostrar.
    Um abraço.

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    1. Elvira Carvalho,
      O segredo é aparecerem incógnitos, é saírem do hotel sem darem cavaco a ninguém e irem ver.
      Obviamente que, se avisam, os responsáveis políticos montam o circo.
      Estava a falar com amigos precisamente a este propósito.
      Um abraço

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  8. Aqui a Saúde já teve melhores dias... sinais dos tempos "modernos".

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    1. Rui,
      Que Macau tem a maior esperança de vida do Mundo, em termos estatísticos, toda a gente minimamente informada sabe.
      Que a taxa de mortalidade infantil é das mais baixas, idem.
      Para isso não é preciso a opinião (?????) de um perito.
      E o resto?
      Isso é o que devia preocupar.
      Não estas estatísticas, estes números bonitos, mas a realidade, o dia a dia.

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  9. É um mal generalizado, Pedro. Estes peritos são de uma leveza opinativa confrangedora. Dizem umas balelas que lhes encomendam e depois a comunicação social repete aquilo atè á exaustão.

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    1. E eu, que tenho mau feitio, digo - para esse peditório já dei, Carlos.
      Não me lixem!!

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  10. É esta distância entre este tipo de "senhores" e a realidade dos países que prolifera por todo o lado.
    Uma distância com a cumplicidade dos governos .
    Lamento que por aí também as "coisas" não estejam bem.

    beijinho

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    1. Fê,
      Os proclamados peritos demonstram à saciedade que não sabem minimamente do que estão a falar.
      É triste e revoltante.
      Beijinhos

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  11. É mais fácil ser considerado simpático... Desconfio sempre destas avaliações "científicas" que, normalmente, estão bem longe da realidade...

    É o que temos! Paciência...

    Beijinhos

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    1. Mas não é para ser simpáticos que estes caramelos são pagos, Graça.
      Não devia ser....
      Beijinhos

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  12. O Pedro toca na ferida. Estes peritos por encomenda trabalham apenas preocupados com os seus currículos e o money que recebem por conferências e deslocações, sempre em hotéis de 5 estrelas e viagens em classe executiva. Seriam peritos se baixassem à terra e convivessem com os problemas.
    Normalmente estas visitas são precedidas de trabalhos preparatórios que vão da limpeza de chão e paredes à ocultação de lugares críticos e a preparação de quadros e gráficos de encher o olho. Sei como se faz.

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    1. Depois de montado o circo o que é que dali sai, Agostinho?
      Palhaçada!
      Teria sido muito mais útil apontar o que está mal e dar sugestões para corrigir ou debelar essas deficiências
      Mas não era simpático

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