O preço da dissuasão

As provocações russas não cessam.

Só gente muito ingénua pode acreditar na narrativa russa.

Foi mais um erro.

Um erro com quinze drones que, para invadirem espaço aéreo polaco, fizeram uma trajectória pelo aliado de Moscovo, a Bielorrússia.

E agora outro que invadiu espaço aéreo romeno. 

Já são mais de cinquenta "erros" de acordo com organizações internacionais que monitorizam estas provocações.

Putin testa a capacidade de resposta ocidental, a extensão da aliança entre europeus e americanos, a NATO.

E obtém a resposta que anseia.

Protestos diplomáticos, inócuos, indignação pública.

E nada mais.

Quando a Europa assiste a protestos de supostos pacifistas, afinal apenas idiotas úteis, é urgente interrogarmo-nos acerca de qual é afinal o preço da dissuasão e se estamos ou não dispostos a pagá-lo.

Durante décadas a Europa soube que estava protegida pelo manto americano.

Donald Trump alterou de vez essa lógica e teve o mérito de fazer a Europa perceber que o amigo americano é instável, volúvel.

E que é preciso gastar mais, investir mais.

Mais do que a Rússia, muito mais.

Porque só assim Putin, e quem lhe suceder, vão perceber que o Ocidente não é só retórica.

Investimento em grande escala, em armamento e em indústria, e avanço de defesas estratégicas a Leste.

Para abater qualquer nave "perdida" que ouse sequer aproximar-se da saída de fronteiras russas.

As conversas ficam para depois.