Maioria constitucional


Um novo conceito entrou no jargão político após as mais recentes eleições legislativas em Portugal - a maioria constitucional.
Há agora uma maioria constitucional à Direita, ouve-se frequentemente dizer.
Uma afirmação tipicamente La Palisse.
Porque apenas reflecte uma realidade matemática.
Há efectivamente um número de deputados à Direita que permite pensar num processo de revisão constitucional.
Num cenário puramente ideal.
A Esquerda fala nos perigos de um retrocesso do regime democrático; a Direita, alguma Direita, vê no momento uma oportunidade única de reformar uma Constituição excessivamente palavrosa e com grande carga ideológica.
A sensatez deve fazer-nos perceber que só neste último ponto a tal Direita poderá estar de acordo.
PSD, CDS, IL, CHEGA estarão à partida de acordo em quê?
Em rever e reformular o preâmbulo do texto constitucional (o caminho para o socialismo) e mais alguns artigos em que esta vertente ideológica pós-revolucionária esteja reflectida.
Para além desta espuma, desta babugem, só uma negociação parlamentar alargada, e que inclua necessariamente o PS, poderá produzir um texto constitucional agregador e virtualmente sustentável temporalmente.

Comentários

  1. Não acredito que uma revisão constitucional seja para breve. Há prioridades e a maioria dessa maioria sabe disso.
    E sim, uma eventual alteração deve incluir o PS.
    Abraço

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    1. Viu-se ontem que se entendem muitíssimo bem, António 😀
      Abraço

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  2. A lei dos partidos, assim como a lei eleitoral é que precisariam de uma revisão urgente.

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  3. Não acho que consigam mas já não digo nada!
    Beijos e um bom dia

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    1. Mas alguém de bom senso acredita que estes partidos se entendam numa revisão constitucional, Fatyly??
      Nem para distribuir cadeiras na AR.
      Beijos

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  4. O preâmbulo é da autoria de Manuel Alegre e de Sophia de Mello, daí a sua carga "socialista, além do contexto político em que foi elaborada uma Constituição que não caminhou quase nada no sentido a que se propunha.
    As desigualdades são gritantes, mas não será uma revisão que irá resolver o problema.

    Abraço

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    1. Não esquecer Vital Moreira, Gomes Canotilho, a escola de Coimbra muito à esquerda.
      Abraço

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  5. Não acredito que se entendam e além disso, há outras prioridades com que deviam preocupar-se.
    Beijos

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    1. O Montenegro disse isso mesmo imediatamente, Manu.
      Beijos

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  6. Não percebo o motivo da Direita à direita do PSD colocar em primeiro lugar das suas preocupações a revisão constitucional , quando nem sequer foi tema de campanha eleitoral. E a declaração de Ventura sobre o fim da terceira República não augura nada de bom.

    Enfim, quem votou chega porque "as coisas têm que mudar", " Ventura não gosta de ciganos e é do Benfica como eu " , " os democratas têm que levar um susto " só irão ter o que escolhram.Pena é que toda a gente leve com os estilhaços.

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    1. Bem podem berrar, São.
      A revisão constitucional não é prioridade e parece-me óbvio que Luís Montenegro não vai por esse caminho com o CHEGA.

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  7. Já chega de ver o CHEGA tentar impôr os seus pontos de vista.
    Coisa que a esquerda se aproveita e grita por uma revisão constitucional que para já seria contraproducente e fora dos parâmetros indicados.
    Será que nunca mais se aquietam??
    Depois admiram-se de ouvir o 'outro' dizer : deixem-me trabalhar.
    Beijinhos

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    1. Quem queria uma revisão constitucional apressada eram a IL e o CHEGA.
      A IL para ainda ter espaço mediático.
      O CHEGA prara ter espaço.
      Beijinhos

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  8. Vamos lá ver o que vai acontecer! :)
    .
    Nas brumas do tempo...
    Beijos, e muita saúde para todos.

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  9. «Para além desta espuma, desta babugem, só uma negociação parlamentar alargada, e que inclua necessariamente o PS, poderá produzir um texto constitucional agregador e virtualmente sustentável temporalmente.»

    Isso parte do pressuposto de que o PS ainda tem futuro. Se acontecer em Portugal como aconteceu em França, não tem. Aquele partido é uma associação de malfeitores e o povo português está finalmente a começar a percebê-lo.

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