O espaço do PS
Foram várias as vozes do PS a solicitar um debate interno no Partido.
Um debate que teria como objectivo definir o espaço no qual se situa actualmente o mesmo.
Muito mais que uma mudança de líderes, uma dança de cadeiras, uma reflexão interna acerca do posicionamento partidário e um consequente novo discurso, uma refundação.
No espectro político - partidário actual é efectivamente tarefa complicada apelar ao voto no Partido Socialista.
Em Portugal e um pouco por toda a Europa também.
Qual era o discurso do PS e o seu posicionamento partidário nas sociedades democráticas modernas?
Os Socialistas eram a voz que combatia os excessos da Esquerda, da economia centralizada, estatizada, mas que também combatia os excessos do liberalismo, do mercado desregulado.
O mercado funcionava, a economia era fundamentalmente liberal, capitalista, mas o Estado intervinha para auxiliar os que ficavam desprotegidos com o funcionamento livre da economia.
Esse espaço foi sendo pouco a pouco ocupado em Portugal pelo PSD.
E o PS voltou o seu discurso mais à Esquerda, mais para causas individuais, mais para minorias vistas como desprotegidas.
Para afinal perceber que também esse espaço já estava ocupado.
Em Portugal por Bloco de Esquerda, e, mais recentemente, também pelo Livre.
Com os outros espaços também ocupados (economia centralizada pelo PCP; liberalismo puro pela Iniciativa Liberal; causa animal e ambiental pelo PAN; democracia cristã pelo CDS; nacionalismo pelo CHEGA), volta-se à questão inicial - qual o espaço que ocupa hoje o PS? Porque é que o votante vai escolher o PS?
Uma questão que ganhou especial acuidade no pós - Geringonça.
Muito mais que substituir o líder A ou B o PS tem a árdua tarefa de justificar perante o eleitor a razão para ser opção de voto e escolha preferencial.
Uma tarefa muito mais complexa e morosa que uma simples mudança de rostos e a exigir reflexão e debate interno muitíssimo mais aturados.
Bom, mas a questão entre PS e PSD não foi sempre essa?! Não disputam o mesmo eleitorado? Antes de uma larga maioria se ter descoberto de extrema direita, as alternâncias variavam entre centro direita e centro esquerda. Mas hoje não são os mesmos votantes; não temos os mesmos líderes e nem os norteiam idênticos valores. Chego a duvidar que os nossos mandantes tenham valores que estejam além do poder pessoal e não me refiro apenas ao PS. Pensar nunca fez mal a ninguém, pode que se levantem do lugar onde se enfiaram.
ResponderEliminarBom dia, Pedro
O PS perdeu essa bússola ao centro com a Geringonça, bea.
EliminarE perdeu muito eleitorado com essa opção.
Recentrar o partido, uni-lo, vai ser tarefa muito complicada.
Mais a mais por faltar um líder, uma voz consensual.
Quanto tempo o PS deveria dedicar à reflexão? As eleições autárquicas estão à porta. O PS encontra-se completamente desunido, dividido entre uma ala bastante à esquerda e outra à direita. Pensar que uma reflexão profunda possa unir facilmente essas duas alas é uma utopia. Se o PS não fizer um juízo de valor, corre o risco de ser reduzido à insignificância, como aconteceram com os socialistas franceses e italianos.
ResponderEliminarAs eleições vieram na pior altura, Teresa.
EliminarAté nisso o PS deu um grande tiro no pé.
Confesso que cada vez mais perco a confiança nos politicos.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Não vale a pena tomar a nuvem por Juno, Isa Sá.
EliminarSocialismo ou social democracia são (mais ou menos) a mesma coisa, quem não os conhecer que os compre!
ResponderEliminarMais ou menos intervenção estatal.
EliminarEssa é a grande diferença.
Não vai ser fácil a recuperação.
ResponderEliminarAs Autárquicas baseiam-se não na ideologia ou partido, mas nas pessoas e no seu perfil.
Veremos os resultados.
Abraço
As autárquicas são eleições únicas.
EliminarÉ o candidato, não é o partido, exactamente.
Talvez sejam um bálsamo para o PS.
Abraço
Assim o espero!
EliminarAbraço
Acredito que o PS tenha muito melhor desempenho do que teve nas legislativas.
EliminarE o CHEGA vá em sentido oposto porque não tem tradição autárquica.
Abraço
Excelente análise.
ResponderEliminarInfelizmente estou do lado da Isa Sá, cada vez tenho menos confiança nos políticos.
Beijinhos
A classe política está um pouco depauperada face ao que vimos noutras gerações.
EliminarA precisar de reciclagem.
Beijinhos
Bom dia:- Ou muito me engano ou o PS caminha para o abismo. Oxalá que não.
ResponderEliminar..
“” Saudações poéticas – Feliz Quinta Feira ““
.
O PS será sempre um grande partido em Portugal.
EliminarEstá a passar um momento complicado.
Não é a primeira vez.
Lembrar que este não é o pior resultado eleitoral do partido.
Uma fase má.
O PS está mais frágil e o PSD do Montenegro é teimoso em algumas
ResponderEliminarescolhas que fez para o poleiro.
Beijos e um bom dia
As escolhas são sempre responsabilidade do chefe do governo, Fatyly.
EliminarEle é que forma a equipa.
Beijos
Esperemos que o PS escolha bem quem candidata nas autárquicas .
ResponderEliminarAqui ,onde vivo, se mantiver a mesma presidente de Junta não terá o meu voto nem o de muitas outras pessoas , o que é lamentável.
Oxalá as coisas corram bem melhor do que correram nas legislativas.
Acredito que corram muito melhor, São.
EliminarEleições muito diferentes.
E o PS, ao contrário do CHEGA, tem raízes profundas nas autarquias.
Este seu texto, Pedro, é tão ou mais elucidativo do que muitas sessões de esclarecimento político acerca da necessidade de escolher um novo e vitorioso líder para o PS.
ResponderEliminarSó esta frase diz tudo: " Muito mais que substituir o líder A ou B o PS tem a árdua tarefa de justificar perante o eleitor a razão para ser opção de voto e escolha preferencial." Nem mais!!
Beijinhos.
É isso mesmo que todos os partidos devem perceber, Janita.
EliminarPorque é que vão votar em mim e não no vizinho?
Digam ao que vêm, o que se propõem fazer.
Beijinhos
Olá, amigo Pedro, por aqui vou conhecendo um pouco mais
ResponderEliminarsobre a política de Portugal.
Uma ótima semana,
grande abraço.
Grande abraço, Pedro Luso
EliminarOlá Pedro!
ResponderEliminarAlém de não ter conquistado um espaço específico, uma razão pela qual os eleitores "têm" que votar no PS, o PS estará para sempre condenado ao inúmeros casos de corrupção que foram tendo desde que se tornamos uma democracia.
Parece-me uma questão de tempo até ao seu desaparecimento.
PSD pode estar a ir pelo mesmo caminho.
Acredito que, daqui a uns bons anos, os principais partidos sejam Livre (representando a esquerda), Iniciativa Liberal (centro) e Chega (direita)
Abraços! 🤗
Os três que nunca tiveram responsabilidades governativas.
EliminarE mesmo assim já tiveram uma boa dose de escândalos.
Abraços