Oposição sem rumo

Olho para a política em Portugal e a sensação que fica é que o PS não precisa sequer brilhar para continuar confortável com a sua maioria parlamentar e governação.

Os constantes casos em que os militantes do Partido se veem envolvidos em nada beliscam o estado de graça socialista.

Porque o eleitor olha em volta e continua a ver um enorme vazio.

Se um PCP monocórdico e um Bloco de Esquerda fracturante não são novidade, muito menos o é a berraria panfletária do Chega.

Com os pequenos partidos com representação parlamentar a pouco ou nada acrescentarem ao debate político, esperava-se algo mais de um PSD com uma liderança renovada.

Mas não é isso que vejo em Luís Montenegro.

Até agora não lhe consegui ver rasgo, empatia, capacidade de agitar o eleitorado.

Para agravar este cinzentismo, a proposta de revisão constitucional apresentada tem tudo para ser um desastre.

Demasiado colada às propostas do Chega, facto que a hábil liderança socialista soube explorar imediatamente, a proposta dos sociais democratas parece ser um valente tiro no pé.

Com uma oposição assim, sem rumo, sem sentido, António Costa só tem de se preocupar com os disparates que os militantes do PS vão fazendo para poder ter uma governação tranquila, repousada.