O minchi e a salsicha


De repente, sem que se perceba bem porquê, parece que passámos a viver num garrote.
Não o garrote da epidemia mas sim o ferrete ideológico.
Macau, terra de encontros, de convívio de pessoas e culturas, está a abandonar o minchi para abraçar a salsicha.
O minchi, como tantos outros pratos da culinária macaense, representa o casamento feliz de várias especiarias, vindas de diferentes pontos do Globo, e é variado (cada família o cozinha à sua maneira).
A salsicha, tão bem retratada num video-clip da banda Pink Floyd, mói tudo, empacota, sai toda igual para a lata.
E é isso que estamos a ver acontecer em Macau.
Esqueça-se a diversidade de pensamento, de culturas.
Vamos todos pensar igual, dizer igual, vamos todos ser salsichas.
Lembremos essa magistral sátira que foi Tempos Modernos com Charlie Chaplin.
Para a evitar.
E saber seguir Chaplin quando nos ensinava que “Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.”

Comentários

  1. Parece, então, que Macau está virada para a homogeneidade. Talvez seja uma fase passageira... : )

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    1. Quem me dera ser optimista, Catarina.
      Mas neste caso não sou.

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  2. A diversidade de pensamento vai sempre existir e de culturas vai semore existir.

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    1. Mas há quem insista na tentativa de fazer o oposto, Isa Sá.
      We don't need no education, we don't need no thoughts controlled

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  3. Que tristeza e querem que todos sejamos rebanhos obedientes e calados...isso é que era doce tudo farei para manter os meus hábitos.

    Países comandados por tiranos etc, etc, cada vez são mais que Deus me guarde

    Beijos e um bom dia

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    1. Tenho pouco feitio para ladrar à voz do dono, Fatyly.
      E acho que já estou velho para mudar.
      Beijos

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  4. Manda quem pode obedece quem deve.
    Mas ... será mesmo assim?
    Um abraço

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    1. Dever de obediência tem limites, António.
      Na Administração Pública julgo que são muito claros.
      Ordem dada por superior hierárquico, formalmente, com objecto de serviço e que não envolva a prática de crime.
      Aquele abraço

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  5. Se soubessem como são feitas as salsichas, talvez mudassem de ideias.
    Eu sou pela diversidade.

    Beijos Pedro

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  6. Estamos todos ensalsichados, infelizmente.

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  7. Eu também gosto muito de pensar pela minha própria cabeça!

    E já que o exemplo é gastronómico, também gosto de diversidade.

    "Caixotes" não são a minha praia!

    Um abraço do Algarve,

    Sandra Martins

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    1. Pensar na caixa com a manada. Não, obrigado.
      Um abraço macaense, Sandra

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  8. Se há algo nesta vida que sempre irei rejeitar é segui em rebanho.
    Gosto de companhia, mas detesto viver espartilhada e comprimida em formas de viver que me violentem. Respeito e amo a diversidade.
    Gosto de saladas e estas devem ser mexidas 'por uma maluca', como dizia alguém de quem muito gostei e que Deus já lá tem.

    Beijinhos

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  9. Transformações que ocorrem com o passar do tempo. Como onten era hoje poderá já não ser. Amanhã como será , Só amanhã se saberá!

    Continuação de boa semana caro amigo Pedro. Um abraço.

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