Moderar o entusiasmo

A nova realidade de Macau, marcada pelo entusiasmo associado ao muito eficaz e muito capaz combate ao coronavírus, tem que ser temperada com uma boa dose de cautela.

O novo Executivo tem estado muito bem, tem gerido muito bem esta situação absolutamente anormal, mas nem tudo são rosas.

Comentava recentemente com um amigo que os grandes problemas na governança de Macau não estavam (se calhar nunca estiveram…) no topo da hierarquia administrativa.

Os problemas existiam muito mais a nível intermédio, na pouca capacidade dos quadros intermédios.

O paulatino regresso à normalidade só vem confirmar a conversa que tivemos.

Quadros que não foram preparados para pensar, para auxiliar, foram formatados para obedecer, tropeçam e caem quando enfrentam os primeiros obstáculos.

E muitas vezes frustram o que se pretendia mais acima na pirâmide administrativa.

Não por má-fé, antes por falta de preparação e capacidade adequadas.

Esses quadros intermédios são essencialmente os mesmos, não foram mexidos com a entrada em funções do novo Executivo, até porque nem houve tempo para isso.

E os erros, alguns do mais básico possível, já apareceram.

Nada de euforia, por favor, que os tempos aconselham muito mais a moderar o entusiasmo.