Tsipras between a rock and a hard place
Na imagem Alexis Tsipras aponta para o relógio.
Uma imagem simbólica acerca do que está a acontecer na Grécia - o prazo para ser encontrada uma solução que agrade a "gregos e troianos" está a esgotar-se.
Os "troianos" (credores) pressionam no sentido de lhes ser apresentada uma solução credível, uma solução do seu agrado.
E o mal-estar é tal que, como bem sublinhava Nicolau Santos, um dos credores (Fundo Monetário Internacional), um organismo composto por membros nomeados, não eleitos, se acha no direito de dizer a um Estado soberano em que áreas pode e não pode fazer reajustamentos orçamentais.
Nas últimas horas, Jean-Claude Junker, representante de outro dos credores (Comissão Europeia), também ele eleito em círculo fechado, não se coibiu de publicamente demonstrar o seu enfado com o arrastar das negociações, de afirmar que não se importa minimamente com o que pensa o governo grego (apenas o povo grego o preocupa), que os governantes gregos mentem nas declarações que fazem à comunicação social, nas explicações que dão ao povo grego.
No meio deste turbilhão, à beira da tempestade perfeita, Tsipras procura jogar em dois tabuleiros em simultâneo.
Não podendo aceitar os cortes que lhe são impostos, porque se revelam socialmente injustos e politicamente inaceitáveis pela traição que representariam face à esperança depositada pelos gregos no Syriza, Alexis Tsipras procura conseguir os maiores ganhos, procura uma solução que não faça parecer que cedeu em demasia e que simultaneamente permita à Grécia permanecer na Zona Euro e, em última análise, na própria União Europeia.
Do outro lado, os credores procuram jogar com o aproximar dos prazos de maturidade da dívida grega para fazer os governantes gregos ceder mais e mais.
No mais célebre conflito ocorrido entre gregos e troianos a solução passou por um bem conhecido equídeo.
Será Alexis Tsipras capaz de encontrar um novo Cavalo de Tróia em pleno século XXI?
Os próximos dias darão a resposta a esta pergunta e permitirão perceber qual o futuro da Grécia no seio da união monetária e da própria União Europeia.
Pedro, uma pergunta:
ResponderEliminarPode emprestar-me 2 mil milhões de euros?
Depois,devo não nego, pago-lhe quando puder.
Aquele abraço.
O Ricardo quer fazer um negócio da China aqui com o macaense?? !!:)))
EliminarOs dois lados estão esticar a corda em demasia, Ricardo.
Não tarda nada ela parte.
E ficam os dois com umas boas arranhadelas no corpo.
Aquele abraço
Pois, Pedro, mas isto tem de ter um fim, meu amigo...e os gregos não estão a facilitar nada.
EliminarEm todas as situações da vida o devedor não está em boa posição para fazer exigências, Ricardo.
EliminarNão sei se não estará aí o grande erro dos governantes gregos.
Não nego a minha simpatia pelo Alexis Tsipras e pelo Syriza.
ResponderEliminarEmbora o Pedro não partilhe comigo essa simpatia, escreveu um EXCELENTE artigo sobre o assunto.
Aquele abraço de admiração pelas suas análises políticas, sem emoções, exactamente como eu aprecio.
Não é uma questão de simpatia ou antipatia, ematejoca
EliminarJulgo que, na ânsia de mostrar dureza perante os credores, demarcando-se assim de terceiros, Tsipras estará a esticar a corda em demasia.
Há uma realidade inegável - a Grécia deve muito dinheiro
O que pode/deve fazer é negociar as condições de restituição desse dinheiro
Sem aceitar exigências absurdas, amas também sem as fazer porque está na posição mais fraca.
E Tsipras está a conseguir irritar os credores e o próprio povo grego.
Ao qual foi prometido mel mas que continua apenas a ver fel.
O povo grego hoje, sente-se traído pela sua escolha ! Não é o Syrisa que tem culpa, mas sim quem não soube avaliar as consequências do seu voto.
ResponderEliminarHoje (em eleições), dizem as sondagens, não haveria maioria e é muitíssimo maior o nº de gregos que preferiria a austeridade e o cumprimento dos compromissos do que saír do euro, ou da UE ! Hoje, querem é que o Syrisa ceda perante a Europa !... mas o Syrisa ( o governo) recusa-se a fazer um referendo.
... e a situação é hoje impossível de resolver, porque a evasão de capitais tem sido assustadora ! Toda a gente está a retirar dinheiro dos bancos para contas no estrangeiro ! Os bancos estão descapitalizados, o desemprego é assustadoramente maior, a captação de recursos para cumprir os compromissos básicos é quase nula ! A corrupção, a fuga aos impostos, a manutenção dos "interesses instalados" e a fuga de capitais aumenta a todos os níveis e ninguém faz nada para mudar seja o que for ! Foram 5 meses perdidos, apenas de gestão corrente, sem intervenção, sem que fosse tomada qualquer medida governamental que ajudasse a Grécia a sair da situação em que se encontrava antes !
O governo sente-se completamente manietado pela falta de captação de recursos, a captação de impostos baixou assustadoramente pelo desemprego e fuga de capitais (que deixaram de ser pagos na Grécia). O governo, em vez de governar, limita-se a agitar a "bandeira" da luta contra a Europa, para justificar a sua manutenção em funções !
Os gregos fizeram uma escolha um pouco à moda do náufrago, Rui.
EliminarDesesperados agarraram a primeira bóia que lhes apareceu à frente.
O pior é verificarem que essa bóia não os está a salvar.
Pelo contrário, vai perdendo ar, vai perdendo fulgor, ameaça mesmo mandá-los ao fundo de vez.
Confesso que tenho receio do que poderá acontecer na Europa com a situação da Grécia.
Basta verificar as condições de financiamento de Portugal nos mercados, as taxas de juro exigidas, para ficar assustado com o que poderá estar para acontecer.
Concordo e subscrevo o comentário do Rui.
EliminarUm outro erro do governo grego é apostar na ajuda de Putin.
Os eleitores gregos fizeram o que eu tenciono fazer nas eleições em Outubro, porque não suporto, nem o partido socialista nem os seus membros, que são tão oportunistas como os membros dos partidos que estão a governar Portugal.
Se o barco grego se afundar, o nosso barco será o próximo.
O meu maior receio é mesmo esse possível efeito de contágio, potencialmente devastador, ematejoca
EliminarPermitam-me intervir para dizer o seguinte: Isto é tudo «show off», as instituições europeias e o governo Tsipras estão aqui todos aos tiros e para que a coisa não dê mesmo para o torto, são tiros de pólvora seca.
EliminarÉ óbvio que no último minuto do prazo lá arranjam um acordo qualquer que não danifique a imagem de ninguém. É que não interessa, nem à Grécia e talvez ainda menos à Europa, a saída da Grécia da zona euro, com as consequências imprevisíveis que daí poderiam advir.
Eu também tenho essa esperança, Paulo Lisboa
EliminarMas confesso que muito mais moderada que há algum tempo.
As posições estão demasiado extremadas e a irritação começa a ser visível dos dois lados
Quem não cumpriu o exigido pelos credores não foi o Syriza , mas sim os Governos que até são da mesma área política ( ou próxima) da dominante actualmente na Europa.
ResponderEliminarA UE pretende tornar a Grécia num triste exemplo de como se humilha um povo e se verga uma nação desrespeitando o resultado de votações livres.
O povo grego foi enganado ?--- E aqui em Portugal quem votou Passos não foi totalmente ludibriado?!
Tudo de bom.
Em tempo: gostei das razões para não visitar Portugal...
São,
EliminarDesde o início, talvez por viver na Ásia e já ter alguma ideia do que é o modo de ser asiático, também por ter estudado a Asean e a chamada Asean Way, que afirmo que a situação da Grécia não pode ser resolvida com extremismos.
E é isso que tem visto dos dois lados.
Aprendam com a Asean - por mais duras e longas que sejam as negociações, por mais cedências que tenham de ser feitas, há que chegar a um consenso.
Ainda que seja, na esteira da tal Asean Way, baseado no menor denominador comum.
Se não forem por este caminho, as duas partes ficarão a perder
Mas é bem provável que sejam os gregos, o devedor, os mais afectados.
Carrega-se no fraco, São, é essa a lei da vida.
O Portugal que a São nos vai mostrando está ali um pouquinho retratado
«Quem não cumpriu o exigido pelos credores não foi o Syriza».
EliminarAqui não concordo nada consigo. O regabofe que assistimos, é porque o governo de Tsipras não quer cumprir o que foi previamente acordado, ou seja, pagar o que deve.
Tem que haver cedências dos dois lados, Paulo Lisboa.
EliminarMas partindo sempre do princípio que essas cedências se destinam a a auxiliar a Grécia a pagar o que deve.
Um perdão de dívida, ou algo semelhante, seria inaceitável e incompreensível
Então outros países (Portugal antes de todos dos demais) passaram por sacrifícios tremendos e agora assistia-se a um deixa para lá com os gregos???
O que é que seria o futuro depois de uma medida dessas???
Claro e tem que haver cedências mútuas. A Grécia tem que ser um pouco mais razoável e a União Europeia também. Esta vai ter que ter alguma compreensão com a Grécia e vai ter provavelmente que estender os prazos de pagamento da dívida grega.
EliminarSerá assim tão complicado entender e conseguir isso, Paulo Lisboa?
EliminarUm grandioso e feliz dia
ResponderEliminarAmanhã visitarei o blogue, POESIAS SENSUAIS E CONTOS
EliminarAgora são horas de dormir em Macau
Não tenho acesso ao seu blogue, os filtros não mo permitem.
EliminarAssustador, não estão a negociar, mas sim exigir, isso não é bom! E não acredito que Portugal não venha a ser afectado, mesmo tendo o Passos Coelho hoje dito que não.
ResponderEliminarBeijinho Pedro
Adélia
Mas essa postura de inflexibilidade existe dos dois lados, Adélia.
EliminarQuando é assim costuma quebrar pelo lado mais fraco.
O incumprimento grego, e as consequências deste resultantes, vão afectar toda a gente, Adélia.
Dizer o contrário é negar uma evidência.
A interligação entre as várias economias é tal que os problemas com uma afectam inevitavelmente as outras.
Beijinhos
E Portugal?
ResponderEliminarQue teve de ceder aos credores e moramos numa miséria?
É que quem precisa de dinheiro ou passa mal ou tem de aceitar as condições dos que emprestam.
Não é assim connosco e os bancos num simples crédito à habitação?
De qualquer das formas, há acordos e quem não quer não aceita.
A Inglaterra não quis o Euro e ei-la como quer e muito bem.
Parece-me que o povo grego não tem bem noção do que é ser um pais pobre.
Nós (portugueses, em geral) aprendemos da pior forma.
Vamos ver.
Estou curiosa com a saga.
Beijo
Essa é a regra, Pérola, o célebre carrega-se no fraco.
EliminarQuem necessita fica em posição de subalternidade, não fica em posição de fazer exigências.
A lei da vida é essa - quem pode fazer exigências é quem empresta.
Beijo
Muito preocupante, Pedro. Vamos ver se a teimosia destes troianos não vai empurrar os gregos para outros mares, outros braços e não vamos começar a World War III - e mais uma vez à volta da Alemanha...
ResponderEliminarSe Tsipras está realmente a pensar cair nos braços russos, se se está a deixar embalar pela balalaika, então é/está mesmo demente.
EliminarOs russos têm problemas económicos próprios, estão em dificuldades com as sanções que estão a sofrer por causa da situação na Ucrânia,e é para eles que Tsipras se vira.
Esperemos que haja definitivamente juízo.
Dos dois lados.
Até agora têm estado ambos a falar para a parede.
A Alemanha ainda quer salvar a Grécia, Graça, ou pelo menos a minha amiga Angie. O resto da Europa não quer como, por exemplo, Portugal.
EliminarAinda há muitas minhocas na cabeça dos portugueses no que respeita a Alemanha, INFELIZMENTE!!!
O Putin não está disposto a ajudar a Grécia e o Tsipras ainda não compreendeu isso.
Não vai haver 3.ª Guerra Mundial por causa da Grécia.
EliminarNo limite os Estados Unidos não vão deixar cair a Grécia. E até já pressionaram a União Europeia a resolver a situação, dê lá por onde der.
Não acrescento uma vírgula ao seu comentário, Paulo Lisboa.
Eliminar~~~~
ResponderEliminar~~ Não concordo quando afirma que a Grécia é um país soberano!!
~~ Se Portugal deixou de o ser, desde que a «troika» pisou Lisboa...
~~ É incrível a maneira como os que possuem a faca e o queijo na
mão, esmagam os pobres, encostados à parede...
~~~ Beijinhos. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
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Majo,
EliminarTodos os países que pertencem à União Europeia, sendo países soberanos, não o são no conceito clássico de soberania.
A adesão à União Europeia, a aceitação do primado de uma entidade supranacional, a isso conduz.
"É incrível a maneira como os que possuem a faca e o queijo na
mão, esmagam os pobres, encostados à parede"
Isso acontece com os Estados e as pessoas como bem comenta a Pérola, Majo.
Se as exigências dos credores são por vezes absurdas, a postura do devedor, como se tivesse uma posição negocial superior, também é perfeitamente disparatada, Majo.
Beijinhos
"Nem o pai morre, nem a gente almoça". Isto é já "cirurgia", a mais.
ResponderEliminarResto de boa semana.
Diálogo de surdos, CÉU.
EliminarSe alguém ainda tinha dúvidas acerca do significado deste conceito, tem aqui um óptimo exemplo prático.
Resto de boa semana também
Estão criadas circunstâncias que podem induzir transformações de vuto no mundo. Não interessa quem vai ganhar esta aposta.
ResponderEliminarO que me parece evidente é que a organização política e económica do mundo já mudou e vivemos uma despudorada simulação.
Um abraço.
Não creio que ninguém saia a ganhar com esta guerra, Agostinho (especuladores em Bolsa, talvez...).
EliminarHaverá muita gente a perder.
Impossível prever quantas e onde.
Abraço