Vinte e três anos depois, os erros mantêm-se
Quatro de Junho de 1989, uma data negra na História milenar da China, uma data negra na História do Mundo.
Em Tiananmen, o exército chinês esmagava brutalmente a revolta estudantil que tinha tomado a Praça e exigia reformas políticas profundas na República Popular da China.
O número exacto de vítimas, e de prisioneiros, ainda não é conhecido.
Talvez nunca o venha a ser.
Mas, vinte e três anos depois, se o regime chinês insiste no erro de não reconhecer o massacre e de apelidar de terroristas os promotores do protesto, o resto do Mundo insiste num erro que não pode ser considerado menos grave.
O de classificar os estudantes presentes em Tiananmanen, tal como os participantes de outros movimentos que se encontram na mesma linha de actuação, como dissidentes.
Escrevi-o neste blogue em Dezembro de 2010, reafirmo-o agora - trata-se não só de um disparate, como de uma mentira e de uma ofensa.
Quando falamos dos estudantes presentes em Tianamen, para sermos rigorosos e justos com pessoas livres, corajosas, íntegras, devemos falar de Activistas.
E activistas porque partidários do activismo, da " (...)doutrina segundo a qual a verdade não é tanto questão de pura inteligência como de acção; tendência para a actividade política e exaltada".
Ou seja, de pessoas que, sem receios, se entregam a uma causa.
Coisa bem diferente de um dissidente.
Porque dissidente é aquele "(...) que se separou de um grupo político ou religioso, por discordância com a maioria".
Compreende-se facilmente que se queira colar este rótulo aos movimentos de protesto como aquele que se viveu em Tiananmen.
Rótulo que os regimes totalitários tendem a colar a todos aqueles que não seguem a linha oficial.
Um rótulo que transporta consigo uma óbvia conotação ou carga pejorativa.
O dissidente é quase um traidor.
Alguém que negou os seus ideais.
Precisamente o oposto do que são, e do que representam, entre outros, os estudantes que foram massacrados na Praça Celestial.
Vinte e três anos depois, este é mais um erro, mais uma injustiça, que devem ser, finalmente, corrigidos.
Quatro de Junho de 1989, uma data negra na História milenar da China, uma data negra na História do Mundo.
Em Tiananmen, o exército chinês esmagava brutalmente a revolta estudantil que tinha tomado a Praça e exigia reformas políticas profundas na República Popular da China.
O número exacto de vítimas, e de prisioneiros, ainda não é conhecido.
Talvez nunca o venha a ser.
Mas, vinte e três anos depois, se o regime chinês insiste no erro de não reconhecer o massacre e de apelidar de terroristas os promotores do protesto, o resto do Mundo insiste num erro que não pode ser considerado menos grave.
O de classificar os estudantes presentes em Tiananmanen, tal como os participantes de outros movimentos que se encontram na mesma linha de actuação, como dissidentes.
Escrevi-o neste blogue em Dezembro de 2010, reafirmo-o agora - trata-se não só de um disparate, como de uma mentira e de uma ofensa.
Quando falamos dos estudantes presentes em Tianamen, para sermos rigorosos e justos com pessoas livres, corajosas, íntegras, devemos falar de Activistas.
Pedro,
ResponderEliminarde facto, existem muitos pontos que merecem ser esclarecidos e clarificados, não sei - e essa é realidade - se o Governo Chinês alguma vez estará preparado para fazer o "mea culpa", quando mais não seja em memória dos chineses que pereceram nessa "Batalha".
Na realidade, quando já passou quase um quarto de século sobre essa "ocorrência" em Tiananmen, apetece-me perguntar o seguinte:
Para quando o verdadeiro e cabal esclarecimento dos factos?
Essencialmente,
Para quando a verdade?
Grande abraço e tenha uma excelente semana para si e família, Pedro!
Caro Pedro
ResponderEliminarFaz parte. Os partidos de inspiração Stalinista, são incapazes de fazer as pazes com o seu passado.
Abraço e boa semana.
Rodrigo
Caro confrade Pedro Coimbra!
ResponderEliminarComo o tempo urge... Parece que foi ontem que ficamos chocados com este massacre...
Caloroso abraço! Saudações inconformadas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Ricardo,
ResponderEliminarUma pergunta de resposta virtualmente impossível.
O que se pode dizer, com grande grau de certeza, é que as próximas gerações de líderes, que já se vão conhecendo, ainda não se mostram preparadas para reconhecer o erro e pedir desculpa pelo mesmo.
Aquele abraço e votos de uma excelente semana para si e família!
Rodrigo,
Cabe-nos a nós não deixar cair no esquecimento estes horrores.
O que se vai comentando, com toda a propriedade, é que o Leste Europeu foi capaz de fazer a destalinização dos regimes políticos; o regime político chinês não foi ainda capaz de fazer a desmaoização.
Nem se sabe quando o fará.
Aquele abraço e votos de boa semana
Caro Prof. João Paulo de Oliveira,
Massacre é o adjectivo exacto para descrever o que se passou faz hoje 23 anos.
Tanques e artilharia em cima de jovens desarmados não podem ser qualificados de outra forma.
Aquele abraço e votos de boa semana
Apesar de tudo, vamos manter a confiança de que, aos poucos, as coisas estão mudando...
ResponderEliminarBjsss!♥
Mas no fundo dissidentes ou activistas são a mesma coisa, pois são os que estão contra o sistema. E a China nesse aspecto não perdoa.
ResponderEliminarDevemos ter sempre em mente que o conceito de Direitos Humanos não é igual para todos.
Pedro
ResponderEliminarHorrores que me deixam sem palavras.
Boa semana
Beijinho e uma flor
Lembro-me desse dia como se fosse hoje, Pedro. Era sábado, grau 7 e não fui trabalhar. Estava na Pousada de Mong- Ha e fiquei a ver os acontecimentos em directo pela CNN, até a emisssão ter sido interrompida...
ResponderEliminarMari Rehermann,
ResponderEliminarHá mudanças, é inegável.
Mas mantém-se a teimosia de negar o que é óbvio, de não reconhecer os erros cometidos.
Erros que ceifaram a vida a mutas pessoas (ninguém sabe quantas).
Bjs
FireHead,
Não são a mesma coisa, não.
Nem nada parecido!
Activistas opõem-se ao sistema político existente e combatem-no, sem NUNCA terem pactuado com o mesmo.
Dissidentes são os que saíram desse sistema para depois o criticarem.
Veja a subtileza.
O conceito de Direitos Humanos, como está definido pela Declaração Universal de Direitos do Homem e do Cidadão, é muito simples, FireHead.
E não tem nada a ver com o que a China nos quer impingir.
Adélia,
Horror, é essa a palavra.
Beijinho e boa semana
Carlos,
É um dia difícil de esquecer.
E que é bom que não seja esquecido.
Num aparte, a minha mulher foi Directora da Pousada de Mong-Ha uma série de anos :))
Foi lá que a conheci.
Em 1989 ainda não era, ainda estava a estudar.
Foi a seguir.
A questão não é a origem do activista e do dissidente, mas sim a forma: estão ambos contra o sistema. Em relação aos Direitos Humanos, eles foram moldados à mentalidade do ocidental. A China vê nessa Declaração como uma imposição estrangeira e bem sabe você que a China não admite ingerências nos seus assuntos internos. Aí, são os chineses que se sentem no direito de considerar que o Ocidente é que está a querer impingir uma visão da qual eles não partilham.
ResponderEliminarDepois da intervenção daquela luminária do PCP já nem me atrevo a dizer nada.
ResponderEliminarAquela gente existe, FireHead?