Nuclear? Talvez, porque a isso somos obrigados
O Ocidente, essa massa civilizacional cada vez mais difusa e desconcertante, provavelmente empurrou a Ucrânia para o seio da família das potências nucleares de onde a tinha convencido a sair em 1994. Quase três anos depois da invasão russa; do rasgar unilateral dos tratados que consagravam a protecção ocidental aos ucranianos em caso de agressão russa; contrapartida da entrega do arsenal nuclear ucraniano à Rússia resultante do Acordo de Budapeste; perante a hesitação cobarde do Ocidente; com a entrada no conflito de soldados norte-coreanos; com a eminente entrada de um novo inquilino na Casa Branca (o actual também auxiliou muito pouco, reconheça-se); confrontado com o cansaço da opinião pública interna; e dispondo de tecnologia e instalações para produzir ogivas nuclares; será que Zelensky resiste a essa tentação? Ainda mais quando vê os líderes ocidentais falar em fim da guerra e em aproximação a Putin? Nuclear? Talvez, porque a isso somos obrigados. Chama-se realpolitik e poder