O Pai Natal Trump e a prenda no sapato da Ucrânia

O Financial Times noticiava bombasticamente uma possível adesão da Ucrânia à União Europeia em Janeiro de 2027.

Amanhã, basicamente.

Se é muito complicado perceber qual a fonte da maioria das notícias, neste caso ela é transparente - a Casa Branca.

Donald Trump quer uma paz rápida na Ucrânia.

E sabe que essa sua vontade só pode ser concretizada com a capitulação da Ucrânia na guerra com a Rússia.

Não interessa nada o número de mortes, a natureza da paz conseguida (justa, duradoura).

Os interesses em jogo, do ponto de vista do lunático americano, são muito claros.

Donald Trump, como sempre na sua vida, está exclusivamente a pensar em si próprio.

Nas promessas que fez na campanha eleitoral e não é capaz de cumprir; nos negócios que ele e a sua família vão conseguir com esta paz podre (o sabujinho do genro está sempre presenta nas negociações oficiais para garantir um bom quinhão); e, sempre, na obsessão que tem com o Nobel da Paz que este ano lhe fugiu.

O parvo americano não percebe que não manda na União Europeia, que a Ucrânia está longe de cumprir os critérios de acessão, que está muito longe o acordo entre todos os Estados membros para que essa possibilidade se concretize.

Vocês dão aos russos o que eles querem e eu dou-vos um cartão de membro da União Europeia.

Basicamente é isto o que Trump está a propor a uma Ucrânia que por si própria vai dizendo que nunca estará preparada para aceder à União Europeia antes de 2028.