A hora da Europa



Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia vive o período mais difícil e decisivo da sua História.
Eu atrevo-me a dizer que o mesmo se passa com a Europa.
Esta semana será, a meu ver, decisiva para o futuro da Europa.
Não só da União Europeia, da Europa, de todo o Continente.
Putin e Trump, não sei se conscientemente, são os responsáveis por este desfecho.
O suposto plano de paz para a Ucrânia é a consagração formal do pensamento, das convicções de dois tiranos.
E representa a formalização de um conflito que só tem conhecido episódios da chamada guerra híbrida.
Putin e Trump, desprezados pelos europeus por diferentes razões, reagem com despeito e procuram manifestar desprezo e desrespeito pela Europa.
Zelensky parece preferir a perda da vida para manter a dignidade de um povo, de um país, de uma cultura.
Liderança política é isto mesmo.
Cabe agora aos europeus, a todos os europeus, repito, mostrar a mesma fibra, a mesma coragem.
E enfrentar Trump e Putin.
Não o fazer representará não só a capitulação da Ucrânia.
Representará o reconhecimento do falhanço de um Continente que deu ao Mundo o Renascimento, a Magna Carta, o Iluminismo, a Democracia, os Direitos Humanos.
E o regresso à lei da força, à guerra de conquista, à brutalidade. 
Escolhas difíceis, que poderão desembocar numa guerra convencional oitenta anos depois do final de um conflito resultante dos delírios de ditadores sanguinários.
A História repete-se, revive-se?

Comentários

  1. Respostas
    1. É agora ou nunca, Catarina.
      Ou a Europa se afirma ou assume a sua irrelevância

      Eliminar
    2. A afirmação geral que os europeus carecem de algo fundamental — espinha dorsal — é um insulto.
      O que nos falta é equipamento militar real.

      Eliminar
    3. Onde raio está o equipamento militar que andámos a comprar aos americanos durante todos estes anos???

      Eliminar
  2. Desde o início do conflito, tenho afirmado que a Europa tem sido
    pusilânime na tomada de resoluções.
    A UE poderia receber no seu seio, uma Ucrânia mais forte e poderosa.
    'A ver vamos'...
    Boa tarde, Pedro.
    Beijinhos
    ~~~

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A Europa tem estado ausente, Majo.
      Declarações, retórica, pouco mais que isso.
      Músculo só mostrou a Turquia quando foi confrontada com as diatribes de Putin.
      Beijinhos

      Eliminar
  3. Está gradualmente na hora de dizer adeus à América.
    Enquanto isso, a guerra continua…

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os americanos não são confiáveis, Teresa.
      Temos que perceber isso de uma vez por todas.

      Eliminar
  4. Sempre considerei um erro dizer-se que a História não se repete.

    O que está acontecendo no mundo mostra bem o contrário.

    Esperemos que a Europa tenha inteligência e não seja subserviente perante quem a despreza.

    ResponderEliminar
  5. Penso que a Europa saberá estar do lado certo da História!

    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Sempre disse que a história repete-se mas penso e acredito que não iremos por aí e oxalá que os dois malucos desapareçam do mapa!
    Concordo contigo amigo!
    Beijos e uma boa tarde!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Só se for à lei da bala, Fatyly.
      Não sendo assim vamos ter que os aturar por muito tempo.
      Beijos

      Eliminar
  7. «Putin e Trump, não sei se conscientemente, são os responsáveis por este desfecho.»

    É aqui que que eu mais discordo do Pedro Coimbra. Os europeus é que são os principais responsáveis por este desfecho. Descuraram a sua defesa durante mais de meio século, confiaram na protecção de terceiros e alimentaram o monstro russo comprando-lhe combustíveis fósseis durante décadas.

    Já o Vegécio nos tinha alertado há mais de 1600 anos: "si vis pacem, para bellum", "se queres a paz, prepara a guerra". Ignorar a sabedoria desta recomendação e ainda por cima ter o desplante de ofender sistematicamente aqueles de quem dependíamos para nos defender, os norte-americanos, só podia acabar assim.

    A Europa é um continente liderado por pacóvios pretensamente sofisticados que optam por se governar a si próprios ao invés de governarem os seus países. Eu ainda me lembro dos diplomatas alemães a rirem-se do Presidente Trump na ONU quando ele disse que a dependência alemã dos combustíveis fósseis russos era um erro terrível. Mas afinal o “burro” tinha toda a razão, enquanto os “inteligentes” que riam andavam completamente à deriva.

    O mundo não deixará de ser violento nem nos próximos dez mil anos, pelo simples facto de que os seres humanos continuam e continuarão a ser essencialmente aquilo que eram há pelo menos 20 mil anos, predadores sofisticados. Só os tolinhos que negam a natureza humana é que acreditam no contrário. Até mesmo os romanos tiveram dois séculos de pax romana, não por serem pacíficos, mas precisamente por serem imperialistas. Quem aspira à paz sem ter a capacidade de fazer a guerra é um tolinho, não é um ser humano adulto. Não se pode exigir respeito sem impor respeito.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E não é que às vezes concordamos, Afonso de Portugal??
      Os europeus andaram distraídos a regulamentar a cor das maçãs e o tamanho das azeitonas enquanto o mundo à volta avançava.
      Agora vão ter que dar ao chinelo.
      Esperemos que não seja demasiado tarde e que tenham coragem de finalmente se mexer.

      Eliminar
  8. A Europa vive numa inéricia assustadora
    Deviam pôr de lado o Trump e o Putin e actuar com as armas que têm.
    Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Confiar que terceiros vão fazer o nosso trabalho é sempre uma péssima ideia, Manu.
      Bjs

      Eliminar
  9. Não consigo entender como é que pegar em armas é uma boa solução.
    Boa noite

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares