Não se discute política

 

A decisão da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) de excluir vários candidatos às eleições deixou muita gente em Macau surpreendida.

Não posso discutir os fundamentos da decisão porque não os conheço em concreto.

Posso apenas concluir que este é só o último sinal do que só os mais desatentos não percebiam.

Na Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) não se discute política.

Discutem-se interesses sectoriais, problemas concretos antes tratados pelas Assembleias Municipais, mas não se discute política.

Muito menos se discute a liderança do Partido Comunista.

É aliás o que expressamente prevê também a Constituição da República Popular da China quando claramente determina estarmos perante uma “república popular socialista unipartidária”, admitindo-se a existência de “um sistema multipartidário de cooperação e consulta política sob a liderança do Partido Comunista da China.”

A Assembleia Legislativa da RAEM não é um areópago de discussão política.

Muito menos de discussão acerca da liderança do PCC e das suas opções.

Pense-se o que se quiser acerca da decisão da CAEAL, a mesma só vem mais uma vez clarificar quais são os limites ao princípio “Um país, dois sistemas”.