Uma espécie de balanço da campanha eleitoral


Se mais ninguém tem coragem para o fazer, é chegada a hora de ser eu a fazer um balanço da campanha eleitoral em Portugal.
Ficam então as conclusões a que cheguei até agora:
O PSD e o CDS, que acharam uma sigla curiosa para a coligação (Paf, que recorda as aventuras de Astérix e os tabefes de Obélix), martelam a tecla da culpa do PS, especialmente daquele que todos sabemos quem é mas não podemos falar dele porque é um caso de Justiça.
Passámos por momentos de grande aflição, de austeridade terrível, mas a culpa é do PS, especialmente daquele sacrista que todos sabemos quem é mas não podemos falar dele porque é um caso de Justiça.
E porque fomos nós que tivemos que limpar a me..... porcaria que os outros fizeram, que aturámos as manifestações, os protestos, agora merecemos a vitória e uma maioria absoluta.
Já o PS nega as acusações, não fala daquela pessoa que lhe assombra a campanha, o dia-a-dia,  que todos sabemos quem é mas não podemos falar nela porque é um caso de Justiça.
E afirma que a culpa é do PSD e do CDS, que chumbaram o PEC IV daquela pessoa que todos sabemos quem é mas não podemos falar nela porque é um caso de Justiça,  e que depois ainda aplicaram uma receita muito mais dolorosa para os portugueses do que aquela que era prevista no PEC IV que eles chumbaram por ser muito duro.
E vem a coligação PCP/PEV dizer que a coligação PSD/CDS e o PS são uma espécie de siameses desavindos, que a qualquer momento se podem reconciliar, porque até foram ambos responsáveis por chamar aquela coisa terrível da troika, e que é a verdadeira alternativa para fugir à alternância.
Porque definitivamente não tem nada a ver com a coligação PSD/CDS, nem com o PS, nem quer nada com nenhum deles, mas, se o PS ganhar as eleições sem maioria absoluta...
Agora já não é Astérix e Obélix, é antes a Carochinha (se o PS quiser casar com a Carochinha...).
Proposta algo semelhante à do Bloco de Esquerda, que nem quer governar, que só quer abordar temas que os outros não abordam (uma proposta parecida com a música dos Ban, mas agora não é surrealizar por aí, é fracturar por aí), mas que também até está disponível para conversar com o PS se o PS ganhar as eleições sem maioria absoluta, uma maioria absoluta que recusam terminantemente porque é o que o Cavaco quer, mas se forem eles a fazer maioria absoluta com o PS...
Estes são os partidos que têm representação parlamentar e que aparecem nas televisões e nos jornais.
Depois há os outros, que são muitos, cada vez mais, mas que ninguém verdadeiramente conhece.
O pessoal só conhece a Joana Amaral Dias, que é aquela moça que está grávida e se despe para aparecer nas capas de revista; o patusco do Marinho Pinto, que é deputado europeu mas que, como o Cavaco, acha que o que ganha não dá nem para as despesas; e há a malta de Macau, que conhece um rapaz com nome de jornalista (Pereira Coutinho), que é deputado na Assembleia Legislativa lá, mas que também quer ser deputado na Assembleia da República (deputado ao quadrado), e que também é conselheiro das comunidades e sindicalista e funcionário público reformado e tudo (chinesices...).
Está animada a festa, pá!!

Comentários

  1. Um excelente resumo, Pedro. É este o triste estado das coisas.

    Beijinho

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    1. Observada a partir do Oriente é assim que vai a procissão, Miss Smile :))
      Beijinhos

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  2. Sorri enquanto lia e é uma tristeza estas pré-campanhas, porque quando ouvi dizer que a campanha arranca no dia 20 pensei que anda tudo louco.

    Já não consigo ver nem ouvir e se juntarmos a isso tanta desgraça que mostram com uma exaustão doentia...sabes Pedro...não acredito em nenhum desta pouca vergonha governativa nacional e europeia.

    Um bom dia

    Beijocas

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    1. O melhor é levar as coisas a sorrir, Fatyly.
      Se vamos levar tudo muito a sério ainda damos em malucos.
      Um bom dia para aí em Portugal.
      Beijocas

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  3. Adorei a Paf e as chapadas do Obelix! Obrigada Pedro por este momento.
    Até amanhã!
    Mor

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    1. Até amanhã, Mor.
      Estes gajos lembram-se da cada sigla!!! :)))

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  4. Por cá as festas são sempre muito animadas, Pedro. Como não haviam de ser, se quem paga a factura é o povo? Dizem que cada povo tem os políticos que merece. A ser verdade, temos de convir que somos um povo muito rasca, pois o nível dos nossos políticos é zero.
    Um abraço

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    1. Não é só em Portugal, Elvira Carvalho.
      O mal é geral.
      Um abraço

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  5. Estaria mais animado, se o resultado não fosse o mesmo de sempre:no final,quem se lixa é o povo, que é dos mais sobrecarregados de impostos da Europa e vê a vida andar para trás todos os dias, quer em termos de direitos laborais, quer nas privatizações de empresas bastante lucrativas, quer em tudo o resto...

    Dito isto,vou votar no mal menor!

    Beijocas

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  6. Desculpe, Pedro mas ... a campanha já começou? Pronto, se a pré é tão fraquinha, não poderemos dispensar a outra, a que deveria ser levada a sério?
    Abraço

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    1. Se a procissão ainda não abandonou o adro, e já temos esta festa toda, nem quero pensar no que nos espera quando o palio andar a percorrer as ruas, António :))
      Aquele abraço

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  7. Ora aqui está uma "conversa" bem esgalhada, sim senhores.
    Não vale fazer perguntas difíceis aos senhores que por aí andam porque, das duas uma, ou são surdos ou não percebem.
    Fiquem-se por jogos florais que o povo sabe muito bem onde votar. Há 40 anos que o faz.

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    1. Gostava que fosse realizado um estudo, uma sondagem, que nos permitisse perceber quantas pessoas alteram o seu sentido de voto por causa da campanha eleitoral, Agostinho.

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  8. Respostas
    1. Continuo na postura George Carlin, Gábi - sentado na galeria "observing the freak show" :)))

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  9. Da propaganda eleitoral que começa a invadir a televisão, fujo...

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    1. Felizmente estamos livres dessa praga aqui por estas bandas, Gábi

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  10. ~~~
    ~ Não ligo patavina a este circo, Pedro.

    ~~ Beijinhos. ~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~

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    1. Eu gosto de observar exactamente nessa perspectiva, nesse prisma, Majo - da mesma maneira que se vai ao circo :))
      Beijinhos

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  11. Não é uma questão de coragem ou falta dela, Pedro, é, isso sim, manifesta falta de tempo.

    Abraço

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    1. Ainda tem muito tempo até ao fim da campanha, Ricardo.
      O que ainda aí estará para vir!!!

      Aquele abraço

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