Guterres adia o regresso à vida política portuguesa


As notícias mais recentes parecem confirmar um cenário avançado há já algum tempo por Marcelo Rebelo de Sousa - a forte possibilidade de o mandato de António Guterres à frente do Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (ACNUR) ser prolongado até final do ano.
A confirmar-se esta possibilidade, e com as eleições presidenciais em Portugal a terem lugar no mês de Janeiro de 2016, António Guterres estaria fora de uma corrida que parecia ganha à partida.
Mais do que um problema da esquerda, esta forte possibilidade será um duro revés para o País.
Muito dificilmente se conseguirá encontrar alguém com o perfil político e humano, a capacidade de agregação e consenso positivo em torno da figura, que acompanham António Guterres no cenário político português.
Confirmando-se o que se vai ouvindo lendo e intuindo, estas qualidades terão sido reconhecidas não só a nível nacional, mas também a nível internacional.
E o prolongamento do mandato de António Guterres à frente do ACNUR poderá ser só o primeiro passo para uma futura candidatura a Secretário-Geral das Nações Unidas.
Navegando sempre no campo das hipóteses, ainda que com sinais muito fortes de se virem a tornar realidade, Portugal perde o que seria o candidato ideal ao mais alto cargo da Nação, uma instituição a viver uma época de grande cinzentismo consequência da personalidade e da actuação do actual titular.
Se a contrapartida for ver o cidadão português António Guterres como Secretário-Geral das Nações Unidas terá valido a pena o sacrifício.

Comentários

  1. E faz ele muito bem.

    Um homem vertical que não se revê nesta corja politica que por aqui anda, Pedro.

    Aquele Abraço

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    1. É essa a impressão que tenho de António Guterres, Ricardo.
      Um homem invulgar, muito diferente do bando que tem (des)governado Portugal (e não estou só e referir-me ao actual governo, atenção).
      Um homem que tem feito de tudo para não regressar a Portugal e à vida política portuguesa.
      Percebo-o perfeitamente.
      Aquele abraço

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  2. Foi noticiado já o prolongamento do cargo de Guterres,

    Sinto-me dividida: é bom ver reconhecer o seu trabalho pelo estrangeiro, é lamentável perdê-lo como Presidente da República.

    Esperemos ter a compensação dele ocupar o lugar de Secretário-Geral das Nações Unidas.

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    1. O Rodrigo enviou-me um link do Expresso, via Facebook, onde ele afirma que prolongamento do mandato não o impede necessariamente de ser candidato à presidência.
      Mas acho muito difícil compatibilizar as duas coisas.
      Impossível se a ideia for mesmo chegar ao topo da ONU.
      O que até faria sentido - a seguir a um africano e a um asiático, um europeu.
      Portugal perde o óbvio Presidente da República mas ganha um Secretário Geral das Nações Unidas.
      Lei das compensações....

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  3. Mais do que continuar à frente do ACNUR, interessará a Guterres uma candidatura a Secretário-Geral das Nações Unidas. Belém pode esperar.

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    1. A pergunta é inevitavel, António - e quem será então o próximo Presidente da República?
      À direita, ou à esquerda, não se vislumbram grandes alternativas.
      Muito menos largamente consensuais como Guterres é.

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  4. Um Português que se dedicou a uma grande causa.Desejo-lhe um futuro ainda mais realizado em favor dos perseguidos e de todos quantos dependem da caridade e do apoio da Nações Unidas

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    1. A imagem de Guterres é quase consensual, luís.
      Não encontraremos outro candidato presidencial assim.

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  5. Guterres tem poucas hipóteses de vir a ser SG da ONU, Pedro. Tudo indica que será um(a) candidato(a) do Leste Europeu

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    1. A ser assim que regresse a Portugal e assuma o cargo de Presidente da República, Carlos

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  6. Também acho que ficar nas Nações Unidas será o melhor para a sua carreira. Politiquices portuguesas não terão tido um grande apelo para Guterres. Sim, Belém pode esperar. Candidatos alternativos? Possivelmente Rui Rio e P. Santana Lopes (PSD) contra algum candidato socialista da linha de António Costa.
    Abraço

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    1. Carpe diem,
      Fico sempre com a sensação que António Guterres faz todos os possíveis para não voltar à política activa em Portugal.
      Compreendo-o perfeitamente.

      Já não concordo consigo quando apresenta Rui Rio e Santana Lopes como alternativas credíveis.
      Rui Rio é um gestor e o Presidente da República é tudo menos isso; Santana Lopes é um vaidosão vazio de ideias.
      À esquerda só um nome me ocorre - António Vitorino.
      Mas não é a mesma figura consensual que Guterres é.

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  7. Tenho pena, pois infelizmente não temos nenhum candidato que se possa comparar com ele.
    Mas qualquer um é melhor que o actual :(

    beijinho

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    1. Realmente não há nenhum hipotético candidato que lhe chegue aos calcanhares, Fê.
      O actual arrasta-se penosamente até ao fim do mandato.
      Beijinhos

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  8. Segundo noticiam os jornais, o prolongamento do mandato não será impeditivo de uma candidatura à Presidência da República.

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    1. Não é impeditivo em termos legais, luisa.
      Na prática, pergunto eu, não o será?

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  9. Convenhamos que somos um país de contrastes:
    -tivémos um 1º ministro que "abalou" para a Europa, para um cargo de Presidencial.
    -temos um comissário da ONU que poderá voltar para Portuga para acupar o cargo Presidencial.
    Vá-se lá perceber estes Portugueses.
    Akele abraço pah!

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    1. Kok,
      Não me parece (posso estar enganado...) que Guterres esteja muito disposto a assumir a presidência.
      Infelizmente.
      Aquele abraço

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  10. Considero que daria um excelente presidente - escusado será dizer que votaria nele sem pejo - mas parece-me que o trabalho que tem vindo a desenvolver também é deveras importante. Portanto, a escolha será dele... :)

    Beijocas

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    1. Teté,
      É que, neste momento, não vejo alternativa a Guterres.
      Ninguém que tenha a capacidade agregadora que ele tem e da qual Portugal tanto precisa.
      Beijocas

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  11. Ao invés de ti e de outros, não gostei nem gosto de António Guterres como político, porque respeito-o como ser humano.
    Ele ficou e marcou muito como 1º ministro aquando da sua bacorada perante as televisões, referente a percentagens...que entupiu, não conseguiu fazer o cálculo mental e completamente baralhado foi a triste figura que deu origem a muita tinta. Coincidiu com a terrível doença da sua mulher que veio a falecer pouco tempo depois.Não fez nada como 1º ministro e Reeleito...pouco depois abandonou o barco e foi para as NU onde acho que se encaixa muito mais no seu perfil...mas sinceramente também não sei o que realmente tem feito...bom, mau? não sei.
    Se já não o via com perfil no que exerceu...nesta altura muito menos, não tem garra para agarrar "o touro pelos cornos" e como Presidente da República? Não o vejo e acho que afastado da política portuguesa desde 2005... não quererá enfrentar mais cargo algum entre portas.

    Quem poderia ser...o único que vejo com "tomates":) talvez o tal Rui Rio...o resto estão gastos demais e por favor Marcelo e Santana...não!!!!

    Desculpa se disse alguma asneira e se o disse emenda porque posso estar a ver o filme ao contrário:)

    Beijocas
    Também como 1º Ministro o que é que fez?

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    1. Fatyly,
      O Primeiro-Ministro e o Presidente da República têm papéis muito diferentes no nosso sistema constitucional.
      Um é gestor (e Guterres não foi um grande gestor, concordo); o outro é um agregador das diferentes correntes e sensibilidades políticas.
      E esse, actualmente, é apenas Guterres.
      O único que consegue preencher esses espectro político/partidário que é normalmente denominado por centrão.
      Rui Rio é um gestor, Santana Lopes um diletante.
      Nenhum tem perfil nem currículo para assumir o cargo.
      Sem ser Guterres, com perfil e currículo, os potenciais candidatos já estão todos acima dos 70 anos (os senadores).
      Beijocas

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  12. Parece-me ser uma pessoa íntegra e boa que terá dificuldade em viver rodeado de répteis demasiado pegajosos e "rasteiros".
    Poderia ser um bom presidente com alguém ao lado a desinfectar-lhe o espaço. Ele tem um coração demasiado santo...

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    1. Ele parece que já terá comunicado a indisponibilidade para ser candidato à liderança do PS, Agostinho

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