A crise económica chegou a Macau?


Soam os alarmes, há choro e ranger de dentes - a crise económica terá chegado a Macau?
Não sendo analista económico, longe disso, dá-me vontade de rir quando se entra em pânico porque as receitas do sector dos jogos de fortuna e azar têm vindo a cair sucessivamente nos últimos meses.
Aqueles que se convenceram que não havia limites para a capacidade de crescimento das receitas do principal sector económico de Macau terão realmente ficado surpreendidos e preocupados com as quebras constantes nos últimos meses.
Quem percebeu que se atingiria um ponto de equilíbrio, que era necessário conseguir um ajustamento no mercado para não se entrar numa espiral inflaccionista imparável, não terá a visão pessimista, alarmista mesmo, que se vê e ouve nalguns sectores em Macau.
Pânico e alarme que se acentuaram com a previsível queda de receitas no mês de Fevereiro de 2015 face ao mês homólogo de 2014 (mais de 50%??).
Se nos lembramos que o mês de Fevereiro de 2014 foi um dos melhores meses de sempre na história dos jogos de fortuna e azar em Macau, e que a quebra prevista ainda permitirá que as receitas apuradas fiquem acima dos vinte mil milhões de patacas, a tal "crise" anunciada terá que ser vista sob uma nova perspectiva.
Ponto final nos romances e nas tragédias, por favor - as receitas dos casinos estão dependentes do que Pequim quer para Macau.
A mesma Pequim que foi tolerando abusos de toda a espécie, que foi fechando os olhos, ou olhando para o lado, ainda que fosse deixando constantemente recados pelo caminho, está agora mais atenta, mais interventiva.
E os grandes jogadores, aqueles que na realidade faziam crescer brutalmente as receitas do sector do Jogo e das actividades conexas (atente-se no facto de o número de visitantes ter crescido e as receitas terem diminuído para perceber que o chamado mercado de massas contribui apenas parcialmente para o grande "bolo"), estão agora muito mais comedidos, muito mais cautelosos.
Uma situação que permanecerá até ao momento que Pequim abrandar o controlo que vem exercendo, até ao momento em que cessar ou aliviar aquilo que, com alguma deselegância, Sheldon Adelson chamou caça às bruxas.
Sem querer fazer futurologia, muito menos apostas, provavelmente a partir do momento em que comecem a abrir os novos projectos neste momento em construção. 

Comentários

  1. Mais uma vez na mouche!!! Dá vontade de rir...
    Tenho tentado comentar mas se uso o blogger não consigo.
    Bom ano, Pedro!
    Mor

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    1. falar de crise quando se têm receitas mensais superiores às melhores receitas anuais dos "tempos da outra senhora" é simplesmente ridículo, Mor.
      Já não têm lucros obscenos, já "só" têm lucros fabulosos, coitadinhos!
      Bom Ano!

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  2. É para rir não é, Pedro?

    Aquele abraço.

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    1. Dois mil milhões de euros de receitas num mês e fala-se de crise, Ricardo?
      Até é ofensivo.
      Aquele abraço

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  3. ~ ~ Notícias interessantes de terras do sol nascente... ~ ~

    ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~
    .

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    1. Majo,
      Quantos governos no Mundo não adorariam ter uma crise destas que "só" lhes permite ter dois mil milhões de euros num mês?!
      Esta gente parece que goza com a nossa inteligência
      Beijinhos

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  4. Realmente se isso é crise imagino que estivessem como nós :)

    beijinho

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    1. Acho que já havia gente a saltar das pontes, Fê.
      Beijinhos

      Conhece a pessoa que me enviou o outro post??? :)

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  5. And, what about portugal? Ai desculpa, vim de terras de sua majestade e ainda nao perdi o hábito de falar inglês.
    Bem,já li tudo já me ri pois que quando cá venjo arreganho o prego, como se diz por cá,ali em baixo, fartei-me de rircom a imaginação das pessoas, quando falta o dinheiro improvisa-se.
    Bem,vou pregar a outras freguesias...
    Kis :>}
    É um prazer vir até Macau...e voltar

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    1. O melhor é mesmo rir, AvoGi.
      Com tolices destas é mesmo o melhor a fazer.
      Beijinhos

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  6. O Brasil precisava de uma crise desta!
    Aqui a coisa não anda nada boa. O Brasil praticamente tá parado devido à greve de caminhoneiro. Vários postos de combustível estão parados por falta da entrega de petróleo. Empresas, Indústria estão quase parando por falta de material. Se os caminhoneiros parar, o Brasil para também, e povo sofre devidos os preços que vão lá às nuvens.
    Vamos ver o que os representantes vão decidir hoje numa reunião entre grevista e governos...
    Espero que tudo dê certo.
    Um abraço Pedro, e obrigada por chegar até lá.
    Já estou em seu seguidores...

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    1. Smareis,
      O que as operadoras temiam ficou a perceber-se melhor ontem ao fim do dia - um mergulho nas cotações em Bolsa.
      O resto é fogo de vista.

      Espero que tudo dê certo nas negociações aí no Brasil.
      Seja muito bem vinda.
      Um abraço

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  7. Bem amigo eu gostar de comentar este assunto, mas a verdade é que não percebo nada de jogos, e estou demasiado longe da vossa realidade. Por isso antes que diga alguma patacoada, despeço-me.
    Um abraço

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    1. Elvira Carvalho.
      Embora seja a jogatina a pagar o meu salário (não o reconhecer seria pura hipocrisia), não gosto nada de jogos e quejandos.
      Como funcionário público que sou só posso frequentar os casinos nos três primeiros dias do Novo Ano Lunar.
      Acha que fui lá?
      Passo!
      Um abraço

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  8. Gostei de saber o que aí se passa na área dos jogos, embora nunca tivesse percebido nada dos ditos e menos ainda a paixão que provocam.

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    1. Eu também não percebo nada, São.
      Nem quero perceber.
      Mas é óbvio que é o Jogo que (indirectamente) paga o meu salário.

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  9. O crescimento permanente é coisa que não existe bem como o contrário.

    Parece a vida, há ciclos e fases.

    Gosto de saber destas notícias, não costumam passar nas TV portuguesas.

    Beijinhos

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    1. Precisamente o que dizia aqui há dias Sheldon Adelson, o CEO da Sands, uma das maiores fortunas do planeta segundo a revista Forbes.
      Mas havia para aqui malta que pensava que nem o céu era limite.
      Beijinhos

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  10. Olá,
    outro dia falava com uma amiga que essa crise está mundial. Engraçado os políticos não se queixam de falta de dinheiro. Espero que seja só uma especulação, pois os cassinos devem dar um bom retorno a população em impostos.
    Tenha uma ótima semana..

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    1. Esta "crise" é virtual, Anajá.
      Quantos governos no Mundo não adorariam ter as receitas que o governo de Macau tem??!!
      Tenha uma óptima semana também

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  11. Mal habituados ao dinheiro fácil, não é Pedro?

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    1. E com medinho do trambolhão das cotações em Bolsa, Carlos.

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  12. A velha história da cenoura e do coelho. O gajo corre, corre atrás dela e quando repara nem cenoura há.
    Bom ano, Pedro.

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    1. Mas a cenoura aqui ainda é bem grande e apetitosa, Agostinho.
      Os coelhos é que são MUITO gulosos.
      San Lin Fai Lok!

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  13. Bom dia amigo
    A crise chega a todo o lado.Os cortes provocam fome e desgraça. Quem não tem não pode jogar, não pode investir.
    A austeridade tem de ser horizontal e não vertical.
    Cortam por baixo onde o número dos pobres aumenta mas não cortam em cima onde se debulham em mordomias.
    Quando virá para nós um Syriza? Precisamos de gente que faça mais do que roubar,impor austeridade,gozar com o Zé Povinho...
    Vivemos num País irreal onde os governantes roubam e fogem à justiça e as seitas e religiões sacam neste fandango do "venha a nós" que amanhã se faz tarde.

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    1. Precisamos de gente honesta e com verdadeiro espírito de serviço público, luis.
      Mas parece que é muito complicado encontrar essa pessoas e atraí-las para a causa pública.

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  14. Não estando por dentro da realidade económica de Macau, contudo, acho que esse "pânico" todo por uma quebra na receita dos Casinos, é própria de quem não sabe o que é gerir um país em crise verdadeira!

    O Pedro saberá,e sabe bem, o quanto isso terá de exagero!

    Eu é que não percebo nada de economia nem de jogatina! :)

    Beijinhos!

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    1. Também não percebo nada de uma coisa e de outra, Janita
      Apenas o suficiente para achar ridícula uma preocupação destas.

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