Não há almoços grátis


Macau é uma terra onde abundam beneméritos.
Cidadãos de coração puro e bolsos fundos, sempre disponíveis para enfrentar qualquer problema com um bocado de dinheiro, uns trocos.
Atente-se no mais recente exemplo - a embrulhada em que está envolto o Edifício Sin Fong Garden - para se aferir da veracidade desta afirmação.
Discussões, manifestações, vigílias, acampamentos em plena via pública, polícia ao barulho.
Eis quando, no meio desta confusão, com a harmonia presa por fios, surgem quase do nada a Associação de Beneficência Tong Sin Tong e a Associação dos Conterrâneos de Jianmen, quais heróis de capa e espada, para resgatar a harmonia das garras dos agitadores.
Sem mais, os primeiros, com o irmão e o primo do Chefe do Executivo na mesa,  apresentam um cheque de 50 milhões de patacas; os segundos, dispostos a suportar 60% do custo total das obras de recuperação do problemático edifício (160 milhões de patacas?).
Que exemplo de desprendimento, de atenção ao próximo, terão pensado os mais incautos.
Pois, não será bem assim.
É que, para haver "sapeca", é preciso que não haja barulho, que não se critique o Chefe do Executivo (as eleições estão já ali ao virar a esquina) e que não se dê atenção e ouvidos aos agitadores locais (esse Pereira Coutinho é terrível!!).
Tinham dúvidas, meus amigos?!
Não há almoços grátis!

Comentários

  1. Verdade, verdadinha, Pedro!

    Caro, votos de uma Santa e Boa Páscoa para si e suas mais que tudo, eu vou numas "mini-mini-férias" e regresso na 2ª feira, se Deus quiser!

    Aquele abraço!

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    1. Votos de uma Santa Páscoa para si e família, Ricardo.
      A partir de sexta-feira, e até terça, também estarei ausente.
      Aquele abraço!!

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  2. Enfim, o costume e, parece, que a nível planetário!

    Tudo de bom

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    1. Estes espertos julgam que podem comprar tudo, São.
      E muitas vezes, valha a verdade, conseguem.

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  3. Não há não! Que o digam os convidados do Relvas.

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  4. Ainda há poucos dias ouvi essa mesma frase dos almoços, num contexto mais tuga. Mas é evidente que não há, a não ser para os coitados que para comer têm de recorrer à sopa dos pobres... ;)
    Beijocas

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    1. Estas são sopas de ricos, MUITO ricos, Teté.
      Divida por 11, mais ou menos, e vai ver o que representam estas quantias em euros.
      Beijocas

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  5. É tudo uma questão de preço, não?
    A benemerência já foi cobrada e rende juros agiotas.

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    1. Há coisas que não deviam ter preço, Agostinho.
      Mas parece que já não é assim :(

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  6. Pedro, na mouche!!!
    Fico mesmo triste com estas manobras.
    Mor

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    1. Não há vergonha, Mor.
      O irmão e o primo do Chefe ali na mesa.
      Que lata!!

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