O relógio de cuco


Na noite passada, fui convidado para um Jantar com "A MALTA DOS VELHOS TEMPOS dos Putos de Gaia".

Jurei à minha mulher que estaria de volta pela meia-noite.

Ela não acreditou e eu soltei um:

- "Eu prometo!".

Mas as horas passaram rápido, o sangue já escasseava no meio do álcool e depressa fiquei com a focagem meio ás voltas ..

Por volta de 3 da manhã, bêbedo que nem um cacho, fui para casa.

Mal entrei e fechei a porta, o cuco no hall disparou e "cantou" 3 vezes.

Rapidamente, percebendo que a minha mulher podia acordar, eu fiz "cu-cu" mais 9 vezes.

Fiquei realmente orgulhoso de mim mesmo por ter uma ideia tão brilhante e rápida, mesmo com uma bebedeira de caixão à cova, para evitar um possível conflito com ela.

Na manhã seguinte, a minha mulher perguntou a que horas eu tinha chegado e eu disse-lhe que pela meia-noite.

Ela não pareceu nem um pouquinho desconfiada.

Ufa ! Daquela eu já me tinha escapado!

Então, ela disse:

- Amor! Nós precisamos de um cuco novo .

Quando eu perguntei porquê, ela respondeu:

- Bom, esta noite o nosso relógio fez "cu-cu" 3 vezes e depois disse alto "daassssse tou fo*ido!"...

Fez "cu-cu" mais 4 vezes, resmungou e arrotou, cantou "cu-cu" mais 3 vezes e peidou-se, mandou uma grande gargalhada e cantou mais 2 vezes...

Depois bateu com os cornos na porta do corredor que deixei entreaberta e mandou um "Puta que pariu".

Entrou no quarto tropeçou no gato, disse "Merda!"...

E só se deitou depois de cair duas vezes ao despir-se...

Comentários

  1. Um cuco irrequieto, não é Catarina?
    Vou-lhe contar uma das minhas aventuras de adolescência.
    Numa noitada com amigos apanhámos (todos!!!) uma bebedeira incrível (na altura não era abstémio, nem nada parecido com isso!).
    Quando cheguei a casa, mais ou menos como este tipo da anedota, entrei no primeiro quarto que encontrei e enfiei-me na cama enquanto a minha mãe me passava um grande sermão.
    Quando me deitei, senti um corpo grande ao meu lado.
    Era a minha avó e aquele era o quarto dela:)))
    Na tentativa de me deslocar para o meu quarto, com a minha mãe a berrar e a minha avó a rir (o meu pai fingiu que não sabia de nada), caí, bati no guarda-vestidos e parti a chave com a cabeça.
    Mas não parti a cabeça!
    Só depois me deitei.
    O meu pai, caladinho, no dia seguinte, acordou-me para almoçar.
    Estava com uma ressaca horrível.
    E ele tinha pedido para fazerem um guisado, com muito molho, um cheiro intenso, que me deixava terrivelmente agoniado.
    Quando me sentei à mesa, com muita dificuldade, ele serviu-me o guisado.
    Literalmente ensopado em molho.
    Perante a náusea, perguntou-me se estava doente, se precisava de ir ao hospital.
    Disse-lhe que não e tive que comer aquele guisado que ainda hoje sinto na boca :))

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  2. VICI,
    Não sei qual foi o maior aventureiro - se o gajo da anedota ou eu :))
    E o tipo que deu origem à bebedeira colectiva (tinha concluído a licenciatura naquele dia) é, há já alguns anos, um ilustre Professor na Universidade de Coimbra.
    As voltas que a vida dá!
    Um abraço

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  3. Sempre gostei de ouvir as peripécias dos rapazes. Mesmo hoje. Talvez porque nunca as tivesse vivido.

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  4. Esse Cuco era um grande galo !...
    Eu nem me atrevo a contar as pielas que apanhei, aquando adolescente, mas davam cá uma histórias bem giras rsrsrsr.
    Algumas passadas já em Macau, pois tinha acabado de fazer 20 anos quando cheguei a Macau.

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  5. :))) Depois vou voltar com mais tempo, mas é muito bom vir aqui e rir com este post e com os anteriores.
    Gábi

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  6. Catarina,
    Naquele dia estávamos 50/50 entre rapazes e raparigas.
    Só os rapazes ficarem MUITO bêbedos!!!!

    Cambeta,
    Agora sou um tipo sossegado, muito bem comportado, que leva uma vida muito pacata.
    Na adolescência, e até aos vinte e ...., gozei imenso.
    Um amigo dessa época, infelizmente já desaparecido, dava o mote - "Temos que ser só nós e os homens da recolha do lixo! Só depois é que podemos voltar para casa."
    E o mote foi cumprido religiosamente.
    Grandes momentos, grandes memórias, centenas de peripécias que nunca mais se esquecem.

    Gábi,
    Já tinha saudades.
    Volte sempre que é uma companhia muitíssimo agradável.

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