A "cidade internacional" pode ter um péssimo serviço de táxis e gente sem o mínimo sentido cívico?

A expressão "cidade internacional" é das mais familiares a quem por estes dias vive em Macau.
Repetida à exaustão, ainda não foi por ninguém minimamente explicada.
Afinal, o que é a "cidade internacional"?
Confesso que não sei.
Mas suspeito que não seja aquela que tem um péssimo serviço de táxis.
Um serviço de táxis capaz de, na porta do hospital público, em dia de chuva e vento, ignorar olimpicamente a fila que se forma ordeiramente no local onde é suposto esperar pelo táxi, para parar do outro lado, no meio da estrada, onde um qualquer energúmeno, que desconhece totalmente o signficado da palavra civismo, alapa o seu traseiro, deixando as outras pessoas à chuva e ao vento.
Mais a mais quando, entre essas pessoas, estão idosos, bebés, que vêm de uma consulta no hospital, não de um qualquer "estabelecimento de diversão".
Também não deve ser aquela em que, depois de vencida a batalha de encontrar um táxi, se entra num automóvel decrépito, imundo, impestado por um cheiro nauseabundo, com um condutor mal educado, bruto, que faz o favor de nos levar ao local de destino (pois, mais uma vez, não é um "estabelecimento de diversão").
E que se esforça por demonstrar que nos está a fazer um favor, a aturar um enorme frete, que exterioriza o seu enfado.
Favor, frete, e enfado que, obviamente, pagamos pelas tabelas oficialmente em vigor.
E não, não vou repisar o total desconhecimento de outro idioma que não seja a língua chinesa.
Para quê?
Se este é um dos sinais de uma "cidade internacional", gostava de declarar publicamente que dispenso esse "label".
Contento-me com algo com menos "glamour".
Mas mais civismo e higiene.

Comentários

  1. E as autoridades competentes tem conhecimento dos casos, mas nada fazem, Macau começa a entrar numa fase de desleixo em todos os aspectos.
    Os policiais nada vêm, veja-se o caso de Ka-Ho onde foi ocupado um enorme espaço e estava montada uma frabriqueta, mas enfim!...
    Nos tempos da outra senhora, o polícia que tinha a sua área para rondar, tinha que informar os seus superiores de todas as anomalidades encontradas, desde um candeeiro público com a lampada fundida, a todo o mais.

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  2. Caro Cambeta,
    Depois de almoçar, quando vinha para o local de trabalho, consegui irritar-me seriamente duas vezes num espaço de menos de 200 metros.
    Em primeiro lugar (já aconteceu antes), com o polícia que está ao pé dos semáforos ali ao pé do Hotel Sintra, sabe-se lá para quê!!, e que deixa que os carros fiquem na quadrícula amarela, emptando o trânsito todo.
    Mas o fulano não está ali precismente para evitar isso mesmo?
    Faço-lhe sinal a perguntar se é cego, mas ignora-me por completo (também já aconteceu várias vezes).
    Depois, ao entrar para a garagem aqui do prédio.
    Está um tipo, dentro do carro, a bloquear a entrada.
    Cá fora, uma senhora, em amena cavaqueira com ele.
    Apito, olham, e continuam a conversa.
    Tenho que sair do carro, bater-lhe na janela, duas vezes!!, para o idiota sair da entrada da garagem e deixar entrar as pessoas.
    E isto irrita tanto!!!

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  3. Caro Pedro Coimbra,

    O civismo nessa e nas outras actividades em que se lida com o público é indispensável em qualquer lugar do mundo, seja cidade internacional ou qualquer aldeia. O ser humano tem sofrido grave degradação e é urgente que as autoridades façam inverter a tendência, se não for através da convicção, seja com a coacção, de forma dissuasora.

    Abraço
    João
    Do Mirante

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  4. Caro João,
    O slogan da cidade internacional é usado à exaustão.
    Pode ser muito bonito para vender a turistas.
    Para quem aqui vive, a realidade é bem diferente.
    E é nosso dever, de cidadania, denunciá-la.
    Um abraço

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  5. O civismo em Macau à muito que deixou de se ver, mas, por vezes, nos autocarros ainda existem pessoas jovens, que se levantam e dão o lugar a pessoas mais idosas ou que~levam crianças.
    Mas nunca vi nenhuma filipina ter esse gesto.
    Ao entrarem nos autocarros é aos empurrões, sem terem respeito por ninguém, mesmo tenho chegado muito depois de que outros passageiros, tentam entrar primeiro.
    Quem diz nos autocarros diz nos elevadores onde é proibido fumar, mas os turistas do continente estão baribando-se para tal.
    Até me faz recordar os velhos tempos no Terminal Marítimo, onde os turistas de Hong-Kong, faziam do Terminal caixote de lixo.
    As leis existem, falta sim fiscalização, caso dos pingos dos ares condicionados, cães soltos sobre as relva arreando o calhau e tudo o mais.
    Falta defacto manter a ordem, e quem deveria dar o exemplo seria o pessoal de polícia, mas esses', estão sempre prontos é para passarem multas.
    Macau cidade internacional, onde a ganância dá lugar à gentileza e aos bons costumes.

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  6. Para quem gosta de Macau, e eu gosto muito!!, é muito triste.

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  7. Poder pode, mas não é a mesma coisa...

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  8. É verdade Carlos.
    Com a porcaria tem outro encanto :)

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  9. Só para dar um pequeno exemplo da "cidade internacional".
    Anteontem, tentei comprar umas chuteiras de futebol numa loja de desporto da Rua do Campo e em 5 pessoas que me tentaram atender, nem uma falava um mínimo de inglês...

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  10. El Comandante,
    O Cônsul da Austrália para Macau e Hong Kong, numa cerimónia oficial, e com toda a oficialidade presente, dizia, com um sorriso maroto, que se utilizava muito pouco a língua inglesa em Macau.
    Algo que não conseguia entender.
    A chapada ficou dada.
    Só não a sentiu quem já tem a bochecha insensível.
    Abraço

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  11. A par da famigerada "cidade internacional" vem a treta dos trabalhadores estrangeiros e o "circo" que quase todos os políticos fazem disso, apenas para ganharem votos de 4 em 4 anos (ou cinco), sabendo perfeitamente que os tais "trabalhadores locais", que passam a vida a protestar, não querem e/ou não têm capacidade para desempenharem determinadas tarefas. O próprio director da DSAL se queixa que eles inscrevem-se nos cursos de formação e depois não põem lá os pés. Aqui, como noutros locais é tudo uma fantochada pegada...é tudo a fingir. É como o turismo, é preciso é que as estatísticas digam que entraram a mais não sei quantos % de turistas, agora condições para eles e para os locais continuam a não existir. Tudo isto faz parte da tão apregoada "cidade internacional". O homem da Galaxy já avisou.

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  12. Anónimo das 23:47,
    Atenção à expressão turistas.
    Repare bem que as autoridades utilizam sempre a designação visitantes.
    E faz toda a diferença.
    Turistas não ficam 1 dia, ou menos, no local que visitam.
    Visitantes, sim.

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  13. Amigo Pedro, como se pode falar de uma cidade internacional quando se tem uma numero dois do Governo (que por mero acaso acaba por ser sua chefe indirecta) que se vai queixar ao bispo por se sentir incomodada por noticias vindas a publico no jornal catolico. Noticias que, sendo que ela se sente incomodada, devem ter fundo de verdade. As das campas e da manchete "Em nome do Pai". E que cidade internacional onde o bispo, pau-mandado digo eu, vai logo a correr reunir com a direccao do jornal e dizer que a partir de agora o Clarim nao aborda mais politica!
    Cidade internacional...

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