Sopram ventos de paz na Europa


Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, dois dias depois de terem celebrado conjuntamente o aniversário da queda do Muro de Berlim, em solo alemão, encontraram-se agora em Paris para celebrarem o 91º aniversário do final da 1ª Guerra Mundial.

O acto repete uma manifestação similar, ocorrida em 1984, quando François Mitterrand e Helmut Khol deram as mãos numa manifestação simbólica de paz entre as duas Nações antes desavindas.
Como europeu, e europeísta convicto, estes acontecimentos marcam-me muito pelo valor simbólico que encerram.
Com todos os obstáculos que vai encontrando no caminho, a construção europeia não é uma ficção, muito menos uma imposição.
A Europa, a União Europeia, funda-se em valores comuns, como sejam a democracia, a liberdade (política, religiosa, de pensamento, expressão, criação), a rule of law, o princípio da separação de poderes.
O ethos europeu tem estas fundações fortemente enraizadas no seu solo.
Para aqui chegar foi percorrido um longo caminho, no qual as duas Guerras serão para sempre recordadas.
E é bom que o sejam para que não se repitam.
Merkel não morre de amores por Sarkozy?
Que importa isso? Fait - divers apenas.
O que é importante é que os dois povos tenham uma relação pacífica porque a construção europeia passa muitíssimo pelo eixo franco-alemão.
Todas as cerimónias que contribuam para esse desiderato devem merecer a nossa atenção e realce.
Depois disso, Merkel pode continuar a achar que Sarkozy é um tipo pouco recomendável.
Há muita gente que a acompanha nesse pensamento, mas não é isso que agora está em causa.
O que é fundamental é o entendimento entre os dois países para que o ideal europeu se vá aprofundando.


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