Bring Down the Wall


Faz hoje 20 anos que foi derrubado o Muro de Berlim.

A Porta de Brandenburgo ficava assim escancarada e o carácter simbólico da queda do Muro foi ainda mais forte que o estrondo dos martelos que partiram as pedras.

Quando Roger Waters cantava em "The Wall", com um sentimento arrepiante, "Bring Down the Wall", era muito de muros imaginários que também falava.
O Muro de Berlim foi uma das construções mais disparatadas da História da Humanidade.
Aqueles calhaus representavam uma divisão entre dois mundos, a luta entre as duas super - potências, que todos sabíamos ser uma luta que nunca degeneraria em guerra.

Neil Shehaan dá uma dimensão autêntica a essa ameaça de guerra que nunca poderia acontecer no seu "A Fiery Peace in a Cold War".
Com a corrida armamentista dos dois lados, e a introdução dos mísseis intercontinentais, todos sabíamos que o premir do botão, fosse de que lado fosse, significaria o aniquilar da Humanidade.
O que a queda do Muro provocou foi o estilhaçar do Leste da Europa, artificialmente construído e militarmente mantido pelo jugo opressor da União Soviética.

Quantas vidas se perderam entretanto, muitas delas junto ao vergonhoso Muro?
Só Deus sabe....
O Muro foi derrubado há vinte anos.
Mas os muros interiores, as barreiras psicológicas, a teimosa cegueira, esses mantêm-se e são muito mais difíceis de derrubar.

Só assim se explica o editorial do "Avante!" a louvar os 28 anos de existência do Muro (1961 - 1989), as conquistas da revolução socialista destruídas pelo capitalismo neo-burguês.
Na mente desta gente os últimos vinte anos não existiram.
Quando serão derrubados esses muros que toldam a percepção e conduzem à negação?
Provavelmente estes muros vão resistir muito mais tempo que os vinte e oito anos que durou o Muro de Berlim.

Nós, os homens livres, devemos, no dia de hoje, gritar com John F. Kennedy "Ich bin ein Berliner"!

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